16 de janeiro de 2011

Série Don’t Shoot the dog (parte 13)

 

Comportamento supersticioso: Reforço Acidental

 

Reforços acontecem a todo tempo na vida real, e frequentemente, por coincidência. Uma estudante de gaviões percebeu que quando um gavião captura um rato em um local, ele normalmente volta por semanas ao mesmo local para ver se acha de novo. É como a gente, quando achamos dinheiro em determinado local, inconscientemente quando passamos por aquele local de novo, sempre olhamos para ver se não há a possibilidade de encontrar novamente.

O reforço acidental foi benéfico ao gavião, o comportamento animal em geral permite que eles aprendam cada vez que forem recompensados de forma benéfica. No entanto, também podem acontecer “sorteios acidentais” e isso tem uma forte influencia no comportamento do animal. Quando um comportamento não está relacionado com uma consequência, mas mesmo assim o sujeito continua a repeti-lo os cientistas o chamam de comportamento supersticioso. É como a maioria das pessoas que mordiscam o lápis quando estão fazendo uma prova. Isso não o fará lembrar da resposta correta, mas, se o sujeito lembrar enquanto morde o lápis, certamente ele irá repetir esse comportamento mais vezes.

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O mesmo vale para aquela “roupa da sorte” “amuleto”, enfim, aqueles comportamentos que fazemos antes de realizarmos alguma tarefa importante.Por exemplo, jogadores de futebol antes de bater um pênalti, eles pegam na camisa, pegam no cabelo, tocam no chão e se benzem, e só então vão rapidamente bater o pênalti. Isso é um grande pedaço dum comportamento supersticioso.

Comportamento supersticioso também pode ocorrer no treinamento animal. O animal pode estar respondendo a situações que acidentalmente você o colocou e o condicionador. Por exemplo, o animal acha que deve se comportar apenas em um determinado local, ou sentado ou de uma certa forma apenas para receber a recompensa. Se você quiser trabalhar com outra expressão, ou em outro local, o comportamento misteriosamente desaparece sem você saber o porque. Por isso é importante, pelo menos parcialmente, variar as circunstancias e locais do treino para que não importe o local o animal seja condicionado a fazer.

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Acima de tudo, esteja atento para o desenvolvimento de condicionamentos acidentais em tempo.  Tanto os animais como as pessoas tem um claro senso dos intervalos de tempo. A autora diz que estava firmemente convicta de que tinha ensinado os golfinhos a pularem com o comando das mãos até que um cientista percebeu com um cronômetro que eles pulavam a cada 29seg. Com certeza, com ou sem o seu comando a cada 29seg. eles pulavam. Ela acidentalmente criou intervalos muito rígidos e eles se condicionaram com o intervalo de tempo em que ela havia instaurado.

Muitos treinadores animais tradicionais crivaram com um comportamento e pensamento supersticioso. Eu conheci alguns que me disseram que golfinhos preferem quem se veste de branco,  que você tem que bater nas mulas, que os ursos não gostam de mulheres e assim por diante. E professoras humanas podem ser tão ruins acreditando que tem que gritar com os alunos da 5ª série para obter respeito dos seus alunos. Esses são os treinadores à mercê da tradição, eles tem que trabalhar desse jeito o tempo todo porque não conseguem separar o jeito que trabalham dos métodos que são apenas supersticiosos. Essa confusão se estende por muitas profissões como professores, militares e até mesmo médicos. Isso é inacreditável porque eles não agem assim por ser a forma de curar o paciente, mas sim porque já fazem assim há muito tempo ou porque é assim que se faz atualmente (vacinas? Oi!) Os médicos tem que saber que em vários casos não é necessário os procedimentos que são usados em vários casos.  Interessante perceber, que mesmo que você mostre à essas pessoas a ineficácia dos seus comportamentos, elas não deixam de agir como agem pois quando o condicionamento está fortemente crivado, eles agem em conformidade com o condicionamento.

Uma maneira de você se libertar do comportamento supersticioso em você próprio é agir com o conhecimento de que não há relação entre o comportamento e o reforço.

 

 

Essa é uma tradução livre do livro Don’t Shoot the dog de Karen Pryor e portanto, não há a autorização de ser reproduzida total ou parcialmente. Porém, linke a vontade (e avise, pra eu ir olhar, né?)

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