31 de janeiro de 2011

O que o crate mudou a minha vida

 

Há um tempo atrás postei sobre os crates e seus benefícios.

E hoje, eu venho falar sobre 5 benefícios para mim.

 

1. Todos comem rapidamente e em paz, sem nenhum olhar para a comida do outro

2. De manhã, não tenho reclamações quanto a demarcação de território do Frederico na cozinha.

3. Não tem mais o que se reclamar de latidos excessivos durante a manhã sem eu estar presente, porque eles só saem do crate quando eu que sou a proprietária acordo e os solto.

4. Não tenho mais que ficar vigiando o tempo todo quando dou osso para eles, já que cada um fica na sua casinha e ninguém importuna ninguém

5. Não temos mais a preocupação de todos saírem e eles destruírem a casa.

 

Apesar de apenas dois dos meus estarem no crate porque o outro por medo ainda não quis entrar, eu me digo bastante satisfeita ainda mais porque os meus cães em nada demonstram incômodo, muito pelo contrário, eles vão para os seus crates sozinhos durante o dia, e escolheram como local de paz e descanso.

 

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Catarina e Frederico em seus devidos crates

28 de janeiro de 2011

Sorteio: Gentle Leader

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Então leitores, comprei a Gentle Leader pra meu cachorro, só que não tive bons resultados com ele em especial pelo seu temperamento.
Então, nada mais justo que sortear entre meus leitores essa coleira tão querida por tantos né??
O esquema é o seguinte.. eu irei sortear pelo twitter (não segue ainda?! boa hora então de seguir: @alinevienasouza)
A mensagem será a seguinte:
“Leio e quero participar do sorteio da Gentle Leader pelo #omundopet http://kingo.to/s8v”
O sorteio acontecerá no dia 10 de fevereiro às 22hrs.
Fiquem de olho

Boa sorte a quem participar.

24 de janeiro de 2011

Série Don’t Shoot the dog (parte 17)

 

2. Treinar um aspecto de um comportamento por vez; Não tente ganhar dois critérios simultaneamente

Eu não tenho duvidas que você pode treinar vários aspectos do comportamento por vez. Claro que você pode. Em qualquer tipo de aprendizado, você pode variar a forma e a velocidade do que está se aprendendo. Bons professores variam a velocidade das lições e aumentam ou diminuem a velocidade quando necessário para depois ir para outra.

Porém, enquanto você está trabalhando um comportamento, você deve trabalhar cada aspecto do comportamento por vez.

Por exemplo, meu treino do fica com o Frederico é pra ele ficar enquanto eu abro os portões. O comportamento é um: ficar. Os aspectos são: abrir o primeiro portão. Depois eu me afastar com o primeiro portão aberto. Depois eu virar as costas. Depois eu encostar no segundo portão. Depois eu abrir a fechadura do segundo portão. Depois eu abrir uma brechinha do segundo portão. Enfim, eu vou variando os aspectos para que se torne desafiador e ao mesmo tempo eu vario as recompensas. Não ficou? Nada de petisco. Ficou mais do que o esperado? Jackpot nele.

Um reforço não pode contem dois pedaços de informação, apenas quando os dois critérios estiverem bem estabelecidos é que posso passar para um próximo.

Essa regra número dois tem muitas aplicações na prática. Se a tarefa puder ser dividida, isso fará o resultado final ser alcançado muito mais rapidamente. Por exemplo, eu estou aprendendo a nadar. Por mais que vocês achem que é fácil nadar da forma correta, não é. Há a respiração controlada, a hora certa de pegar ar e a hora certa de soltar, associada com braçadas harmônicas e batidas de pés acompanhando. Ufa! Então, como eu não sei quase nada comecei do mais importante: a respiração.
Toda vez que entro no mar, fico pelo menos 5 minutos: segura o ar, vai pra de baixo da água e solta. E faço isso até me sentir preparada. Claro que ainda tá meio desengonçado e causa algumas gargalhadas pro meu namorado, mas com certeza, meu aprendizado está sendo mais rápido do que se eu tentasse fazer tudo de vez.

Frequentemente, se perceber que algo não está saindo como devido mesmo praticando frequentemente, é porque está se usando dois ou mais critérios de vez para um aprendizado que não foi tão fixado na base.  Prática não é formação. Repetições por ela própria pode enraizar erros tão facilmente como pode enraizar melhorias no comportamento. Uma coisa que você deve se perguntar: esse comportamento tem mais que um atributo? Há alguma forma de “quebrar” esse comportamento em pedaços e treinar cada parte por vez? Quando você é capaz de responder essas questões, o comportamento irá melhorar por ele próprio.

Esse vídeo abaixo para mim, exemplifica esse trecho do livro.

 

Esse texto é uma tradução livre do livro Don’t Shoot the Dog de Karen Pryor e não tem a autorização de ser reproduzido total ou parcialmente sem o aviso prévio. Porém, linkem a vontade.

21 de janeiro de 2011

Série: Don’t Shoot the Dog (parte 16)

 

Discursão quanto às regras da boa modelagem

 

 1. Levantar critérios suficientemente incrementados e pequenos para que o sujeito sempre tenha reais chances de ser recompensado. (Como o fica.. começar sempre de poucos segundos para que ele possa acertar cada vez mais e progressivamente)

 

Na prática, isso quer dizer que você só deverá ficar mais exigente com o animal quando ele já for capaz de responder a essas exigências.

Quanto mais rápido você levantar as exigências, verá que a capacidade do cão não nem agora nem no futuro de levantar tão rapidamente. A velocidade em que você pode aumentar as exigências, é a mesma da qual sua capacidade de comunicar as regras do treino estão fixadas.

Cada vez que você aumenta as exigências, você muda as regras. O sujeito tem que saber que as regras podem mudar, mas mesmo assim eles podem continuar recebendo reforço caso se empenhem mais na tarefa. Isso pode ser aprendido apenas com um novo reforço a cada nova etapa que seguir.

Se você aumentar as exigências de uma maneira que o animal tenha que exercer uma tarefa muito além do que qualquer coisa que ele já tenha feito por você antes, você corre um grande risco. O comportamento pode simplesmente brecar. A melhor forma de se moldar um comportamento (talvez a única) é você aumentar as exigências de uma forma que o animal seja capaz de continuar o comportamento que já estava fazendo e apenas o aperfeiçoar, ou subir apenas um nível. Por exemplo, você não sai de uma faixa branca, para uma preta. Há intervalos entre as duas que devem ser respeitadas e fazem com que a preta seja o grau máximo de reconhecimento em uma arte marcial.

Um constante progresso, pouquinho a pouquinho fará você chegar mais rápido à seu objetivo final do que tentar dar um passo maior que a perna e correr o risco de perder toda a boa performance conseguida até então.

 

Essa é uma tradução livre, feita por mim, Aline Viena de Souza com enriquecimentos próprios e portanto é terminantemente proibida a reprodução desses textos sem a minha autorização. Porém, linkem e divulguem a vontade.

Criação de gatos indoor

Ainda é um assunto polêmico a criação de gatos indoor. Afinal de contas, eles são livres e devem ser assim. Será?

Se formos olhar por esse lado, nossos cães também deveriam ser “livres”. Eles só não saem como os gatos porque não tem as mesmas habilidades que um gato tem de pular um muro por exemplo, muitos não passam pelas frestas que gatos passam, e na minha opinião pelo menos, por que eles não tem um instinto de caça tão forte.

Ai vem a pergunta: o que mais vale, viver 12 a 16 anos preso ou viver 8 anos livre?!

E será que essa é a única pergunta a se fazer?

Por que não nos perguntamos: e o que eu faria para meu gato gostar de estar em casa? Por que cães tem brinquedos, alguns tem casinha, caminha, brincadeiras diversas e gatos não? Quantos que pensam que seus gatos devem ser livres pensam nisso?

E o enriquecimento ambiental então? Jamais.

Gatos podem sim (e devem) viver indoor. Simplesmente porque a rua não é lugar de nenhum animal desacompanhado.

E quais motivos de não deixar meu gato ser livre?

1. Gatos são presas fáceis de cães, se eles são criados com outros cães desde pequenos então, perdem o seu “molejo” quando vêem um cão não tão amigável como aquele “amicão” que está em casa e mesmo que não sejam criados um cachorro mais esperto faz estrago em pouco tempo com ele.

2. Ser humano é bicho do cão. E muitos, muitos mesmo não gostam de gatos. Você gostaria que seu gato fosse chutado? Então saiba que isso é o mínimo pelo qual ele pode passar na rua. Há crianças perversas que colocam bombas no gato, brincam de tiro ao alvo, pegam pelo rabo e comparam quem consegue jogar mais longe. Agora, que liberdade cara não? Pior pessoas adultas que por raiva jogam tijolos, atropelam de propósito, e fazem as mesmas coisas só que com mais força que as crianças perversas.

3. Carros são um perigo para todos os animais, ainda mais para gatos que normalmente não são vistos pelos motoristas alucinados devido ao seu tamanho.

4. Se você mora em um lugar arborizado, que não passa carros e as crianças que tem ao redor são amigáveis (e os adultos também) você só esqueceu da sua responsabilidade ecológica: gatos por seu comportamento predador acabam com a fauna nativa. Eles comem pequenos roedores, filhotes de aves em ninhos, aves desavisadas que pousam calmamente em suas árvores e não percebem de onde está vindo o perigo, fora outros diversos que não me vem na cabeça. Ah! Não se esqueça que locais arborizados (florestas?) também tem cobras e outros animais que podem fazer muito mal ao seu gato e levá-lo a óbito.

5. Gatos brigam entre si por território. Numa dessas brigas, seu gato pode pegar esporotricose (que é assunto para um outro post) e consiste de uma zoonose. Ou seja, pode passar pra ti e pros teus familiares.

6. Andando na rua, seus gatos podem pegar as malditas pulgas mesmo que esteja com a pipeta anti-parasiticida em dia porque quando a infestação é grande (e na rua é) seu gato simplesmente não tem defesas suficientes para tal.

7. Se ele não for castrado, ele irá cruzar, fazer filhotes e se for fêmea você terá que lidar com uma ninhada dentro de casa, e você é o único responsável por isso, e será o único responsável pelo futuro dos filhotes.

8. Há o risco de envenenamento. Pessoas colocam veneno nos lixos para espantar ratos, mas esses mesmos venenos podem matar o seu bichano.

9. Se seu gato não for vacinado ele pode pegar doenças que certamente o levarão a morte.

10. Numa dessas fugidinhas (passeios?) seu gato pode ir e nunca mais voltar e você não saberá quais das  opções anteriores aconteceu ou milhares de outras que trazem  perigo. Portanto, cuide bem do seu gato e faça um enriquecimento ambiental (que é assunto pra outro post também) para que ele se sinta bem dentro de casa e esteja protegido.

 

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Recomendo ler o post, comentários, e assistir ao vídeo do post no blog Mãe de Cachorro sobre a criação de gatos indoor.

19 de janeiro de 2011

Resenha Thunder Shirt: Fred

 

Hoje fiz o teste com estranhos com o Fred. Chegaram umas amigas minhas aqui e logo ele começou a latir muito. Pedi para as meninas esperarem e coloquei a thunder shirt nele.

Foi questão de poucos minutos para ele parar de latir.

Ele latiu mais para pedir atenção, pois eu não estava lhe dando, mas em questão de latir para as meninas, foi nota 10.

No passeio, ele continua com o mesmo comportamento. Aliás, hoje foi bem frustrante o passeio, mais do que ontem eu acho.

Mas, vamos caminhando para um dia chegar em algum lugar.

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Pára Pepe de tentar tirar minha camisa de força, se não vou ficar dodho, viu?

O comportamento dele foi mais ou menos igual a esse vídeo.

Série Don’t Shoot the Dog (parte 15)

 

Métodos x Princípios

 

Existem dois aspectos na modelagem do comportamento:

1. Os Métodos, ou seja, o comportamento que está sendo desenvolvido e os passos que estão sendo usados para que ele desenvolva.

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2. Os princípios ou regras de como governar, quando e porque o comportamento deverá ser recompensado.

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Muitos treinadores, livros e treinos estão inteiramente falando sobre os métodos. Por outro lado, existem os princípios que dizem quando e o por que de você fazer tal coisa. Por exemplo, quando você começa a premiar seu cachorro por truques, e não por nada, a regra básica é que ele obedeça o seu comando, o seu principio. E o método é como você ensinou que ele fizesse isso e como tornar o seu método mais eficiente, o que fazer quando se encontra um problema e talvez, quando parar.  Essas questões normalmente são levadas pela experiência do treinador, ou simplesmente, pela sorte. Isso faz a diferença entre um treino bom, divertido, de sucesso, para um frustrante, chato, desagradável. Isso é uma boa moldagem, não apenas um bom método e é o que faz as coisas andarem.

 

As 10 regras da moldagem

 

1. Levantar critérios suficientemente incrementados e pequenos para que o sujeito sempre tenha reais chances de ser recompensado. (Como o fica.. começar sempre de poucos segundos para que ele possa acertar cada vez mais e progressivamente)

2. Treinar um aspecto de um comportamento por vez, não tente afeiçoar dois critérios de vez (Por exemplo, ensinar de vez o senta e o fica. Primeiro o senta tem que estar bem estabelecido, para depois vir o fica)

3. Durante a moldagem, colocar o atual nível de forma variável antes de aperfeiçoar completamente.

4. Ao introduzir um novo critério, relaxar dos outros temporariamente.

5. Esteja a frente do seu aluno caso ele demonstre um progresso excelente para que você possa reforçá-lo excelentemente no próximo passo.

6. Não mude a forma de treinar no meio do treino. Você pode ter mais de uma forma de mostrar ao cão o que você quer, mas se atenha primeiro a apenas uma forma para não confundi-lo.

7. Se a forma que você está treinando não está eficiente, procure outras formas. Existem milhares de formas para se conseguir o comportamento que você quer. (Por exemplo, para o Fred, tranco não funciona, então abandonei completamente o tranco e passei a ignorá-lo completamente como forma de puni-lo)

8. Não interrompa o treino gratuitamente, sem reforçar; isso caracteriza-se como punição.

9. Se o progresso for repentinamente perdido, reveja as formas de moldagem para séries que sejam facilmente reforçadoras.

10. Pare o treino quando já estiver num nível bom, mas de preferencia, sempre interrompa quando estiver um passo a frente.

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Essa é uma tradução livre, feita por mim, Aline Viena de Souza com enriquecimentos próprios e portanto é terminantemente proibida a reprodução desses textos sem a minha autorização. Porém, linkem e divulguem a vontade.

18 de janeiro de 2011

Série: Don’t Shoot The dog (parte 14)

 

Capitulo 2: Modelagem : Desenvolvendo super performances sem tensão ou dor

 

O que é modelar?

Reforçar um comportamento que já está acontecendo é muito bom, porém, como reforçar comportamentos que provavelmente nunca irão acontecer?

Modelar consiste em transformar uma pequena tendência na direção certa e deslocá-lo, com uma pequena etapa por vez, a um objetivo final. O jargão de laboratório é: “sucessiva aproximação”.

Modelar é possível porque seres vivos são plásticos. Qualquer que seja a criatura, ele irá fazer alguma coisa em algum momento com mais vigor que outro, em diferentes direções e assim por diante.  Não importa o quão elaborado ou difícil seja o comportamento final que você deseja, você pode sempre estabelecer séries de objetivos intermediários, encontrar um comportamento que já seja utilizado atualmente para usar como primeiro passo. Por exemplo, se quer treinar uma galinha para dançar, você pode ficar observando uma galinha e recompensar cada vez que ela for para a esquerda. Em breve o primeiro objetivo seria alcançado: a galinha iria se mover muitas vezes para a esquerda e começar a variar, as vezes um pouco e as vezes um tanto mais. Agora, eu poderia começar a selecionar a recompensa apenas para quando o movimento fosse fortemente fixado para a esquerda, para quando fizer um quarto de um circulo. Quando essas respostas predominarem, a variabilidade natural seria novamente de que ela fizesse metade de um circulo. Poderia então aumentar o critério só recompensando quando ela fizesse um semi-circulo  melhor. Quando a galinha começasse a fazer rapidamente pelo reforço, então poderia se dizer que o objetivo final foi alcançado: a galinha dançou.

Estamos todos muito acostumados a entrar em algum molde. De uma forma informal, muitos métodos de ensino são processos de modelagem. O treino de várias modalidades físicas consiste em moldar, como tênis por exemplo. Estamos praticando a modelagem quando queremos mudar um comportamento próprio nosso, como diminuindo a quantidade de cigarro, dizendo a si próprio que deveria ser menos tímido, ou controlando melhor o dinheiro.

Nosso sucesso ou fracasso na moldagem do comportamento, não depende em última instancia da nossa perícia e sim da nossa persistência. Muitos de nós não adquirem capacidade em muitas coisas, só colocamos um tempo em cima do que estamos fazendo.

Mas isso é chato. A gente não quer aprender novas habilidades o mais rápido possível? Claro que queremos, e é ai que a boa moldagem vem de dentro. Mais, nós não queremos evitar muitas repetições? De novo sim. Algumas habilidades esportivas requerem muitas repetições porque os músculos “aprendem” vagarosamente e precisamos fazer algumas repetições para tornar mas fácil. Mesmo assim, um programa bem feito de exercícios pode diminuir as repetições e aumentar a velocidade, trazendo resultados magníficos.

Eu estava conversando com a @alewalckiers e a Luciana Fiuza há um tempo atrás sobre isso. Se era possível acabar com medo, agressividade e afins. Eu disse que achava que dava para modelar, mas não terminar. Quem assiste Dexter (é assim que escreve Brasil?) sabe que a história dele é que o pai dele previu que ele tinha traços de serial killer. O que ele fez?? Moldou o menino para ser serial killer apenas de bandidos. É como uma estátua de mármore, em princípio ele é apenas uma pedra de mármore dura e de forma definida, mas conforme o artista começa a trabalhar em cima, ela torna-se uma bela ou não obra de arte com formas definidas, porém, do mesmo material.

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Essa é uma tradução livre feita por mim, com enriquecimentos do texto feito por mim e portanto é terminantemente proibida a reprodução total ou parcial dos textos. Porém, linkem a vontade.

Resenha da Thunder shirt pro Fred

Como todos já viram no post anterior o Fred tem problemas quanto a sair.

Os problemas dele quanto a sair, eu consegui hoje acalmar fazendo treino de senta, fica.

Foi legal.. mas na rua, com carros e motos eu acho que é um dos maiores problemas dele.

Ele vai em cima de carros e motos e tem sido normalmente assim, quando saímos de casa bem, na rua, não vamos tão bem assim.

Hoje, com o uso da thundershirt……

 

Não foi diferente.

 

Pelo menos hoje, no primeiro dia, notei o mesmíssimo comportamento: todos os carros e motos que passam, ele vai em cima.

Pode ser um post precipitado para primeira vez? Pode. Mas acho que se depois, se der resultado, até isso vai valer pois os que tiverem a mesma experiência da primeira vez que eu, vão ver que é algo normal e poderão ter paciencia.

Por enquanto.. da primeira vez que uso eu digo: Para o Fred não houve eficácia alguma.

Latiu para crianças como sempre, para pessoas que se aproximam bruscamente, motos, carros, etc.

Mas, como o post anterior disse: Paciência é a regra de ouro para o treinamento eficaz.

Paciência é a regra de ouro

Para tudo na nossa vida, principalmente com nossos cães.
Venhamos e convenhamos ver um filhote fazendo xixi e coco na sua casa toda não é de maneira nenhuma a forma mais feliz de viver, causa chateamento e você quer que ele aprenda logo para esse tormento parar. Então, o que as pessoas fazem?? Batem jornal quando eles fazem no lugar errado, arrastam o focinho no xixi quando vêem depois, dá uma palmada e esfrega o focinho de novo quando é no lugar certo.
Só imagino o cachorro pensando “mas o que eu fiz? um xixi e um coco causa tudo isso?!” e quantas pessoas entendem isso? Xixi é uma coisa fisiológica. Um cachorro não tem noção até ser ensinado que fazer xixi e coco naquele tapete persa é totalmente reprovável.
Com o pepe e o Fred (se bem que o fred eu nem precisei ensinar propriamente dito) Eu passava muito tempo no quintal com eles, eles brincavam e daqui a pouco: olha o xixi!
Ai era festa sem direito a fogos porque fogos são chatos. Era motivo de muito carinho, voz tatibitati, beijinho e tudo o mais.
Quando fazia xixi em casa e eu pegava no flagra eu falava “NAO” , sem tapas, sem focinho arrastado no xixi, sem jornais no chão. Quando ele parava de fazer o xixi por causa da reprimenda, levava pro lugar certo e fazia um festão de novo quando ele fazia no lugar certo.
Bom, por incrível que pareça isso fez ser mais rápido do que com a catarina que eram meus pais que educavam e metiam a pancada na cadela, focinho no chão, tudo que eu não fiz com os meus.
O que eu quero dizer com isso? Dar tranco no passeio dá resultado? Dá! Mas talvez com isso você perca uma coisa fundamental: a confiança do seu cachorro.
Sim, porque cães tímidos, medrosos não entendem que estão fazendo o errado, eles simplesmente entendem que estão levando bronca.
Já você puxar o cachorro pro lugar certo, e afrouxar o enforcador quando ele estiver no lugar certo traz muitos resultados. Não tão rápido, porém, eficazes.
Eu perdi a confiança do Pepe e pra consertar isso é muito mais difícil do que consertar qualquer puxão em coleira.
Hoje com o Fred tô pagando o pão que o diabo amassou, mas me sinto feliz, pois estou sendo paciente e estou mostrando ao meu cão que eu o amo e que só quero que algumas regras sejam bem definidas.
Por isso, eu tenho dois conselhos à quem quer cães educados:
1º eduque desde o mais tenro momento, porque depois tudo torna-se muito mais difícil devido à fixação dos costumes.
2º tenha paciência. Faça do treino uma coisa divertida pra ti e pro cão. Faça com que ele goste de estar sendo ensinado. Seja com petiscos, abraços, beijinhos, brinquedos ou qualquer outra coisa.

E ai em baixo o vídeo do meu treino com o fred pra que ele saia de maneira correta de casa.

Beijocas a todos

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16 de janeiro de 2011

Série Don’t Shoot the dog (parte 13)

 

Comportamento supersticioso: Reforço Acidental

 

Reforços acontecem a todo tempo na vida real, e frequentemente, por coincidência. Uma estudante de gaviões percebeu que quando um gavião captura um rato em um local, ele normalmente volta por semanas ao mesmo local para ver se acha de novo. É como a gente, quando achamos dinheiro em determinado local, inconscientemente quando passamos por aquele local de novo, sempre olhamos para ver se não há a possibilidade de encontrar novamente.

O reforço acidental foi benéfico ao gavião, o comportamento animal em geral permite que eles aprendam cada vez que forem recompensados de forma benéfica. No entanto, também podem acontecer “sorteios acidentais” e isso tem uma forte influencia no comportamento do animal. Quando um comportamento não está relacionado com uma consequência, mas mesmo assim o sujeito continua a repeti-lo os cientistas o chamam de comportamento supersticioso. É como a maioria das pessoas que mordiscam o lápis quando estão fazendo uma prova. Isso não o fará lembrar da resposta correta, mas, se o sujeito lembrar enquanto morde o lápis, certamente ele irá repetir esse comportamento mais vezes.

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O mesmo vale para aquela “roupa da sorte” “amuleto”, enfim, aqueles comportamentos que fazemos antes de realizarmos alguma tarefa importante.Por exemplo, jogadores de futebol antes de bater um pênalti, eles pegam na camisa, pegam no cabelo, tocam no chão e se benzem, e só então vão rapidamente bater o pênalti. Isso é um grande pedaço dum comportamento supersticioso.

Comportamento supersticioso também pode ocorrer no treinamento animal. O animal pode estar respondendo a situações que acidentalmente você o colocou e o condicionador. Por exemplo, o animal acha que deve se comportar apenas em um determinado local, ou sentado ou de uma certa forma apenas para receber a recompensa. Se você quiser trabalhar com outra expressão, ou em outro local, o comportamento misteriosamente desaparece sem você saber o porque. Por isso é importante, pelo menos parcialmente, variar as circunstancias e locais do treino para que não importe o local o animal seja condicionado a fazer.

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Acima de tudo, esteja atento para o desenvolvimento de condicionamentos acidentais em tempo.  Tanto os animais como as pessoas tem um claro senso dos intervalos de tempo. A autora diz que estava firmemente convicta de que tinha ensinado os golfinhos a pularem com o comando das mãos até que um cientista percebeu com um cronômetro que eles pulavam a cada 29seg. Com certeza, com ou sem o seu comando a cada 29seg. eles pulavam. Ela acidentalmente criou intervalos muito rígidos e eles se condicionaram com o intervalo de tempo em que ela havia instaurado.

Muitos treinadores animais tradicionais crivaram com um comportamento e pensamento supersticioso. Eu conheci alguns que me disseram que golfinhos preferem quem se veste de branco,  que você tem que bater nas mulas, que os ursos não gostam de mulheres e assim por diante. E professoras humanas podem ser tão ruins acreditando que tem que gritar com os alunos da 5ª série para obter respeito dos seus alunos. Esses são os treinadores à mercê da tradição, eles tem que trabalhar desse jeito o tempo todo porque não conseguem separar o jeito que trabalham dos métodos que são apenas supersticiosos. Essa confusão se estende por muitas profissões como professores, militares e até mesmo médicos. Isso é inacreditável porque eles não agem assim por ser a forma de curar o paciente, mas sim porque já fazem assim há muito tempo ou porque é assim que se faz atualmente (vacinas? Oi!) Os médicos tem que saber que em vários casos não é necessário os procedimentos que são usados em vários casos.  Interessante perceber, que mesmo que você mostre à essas pessoas a ineficácia dos seus comportamentos, elas não deixam de agir como agem pois quando o condicionamento está fortemente crivado, eles agem em conformidade com o condicionamento.

Uma maneira de você se libertar do comportamento supersticioso em você próprio é agir com o conhecimento de que não há relação entre o comportamento e o reforço.

 

 

Essa é uma tradução livre do livro Don’t Shoot the dog de Karen Pryor e portanto, não há a autorização de ser reproduzida total ou parcialmente. Porém, linke a vontade (e avise, pra eu ir olhar, né?)

12 de janeiro de 2011

Diplasia Coxo-femoral

O que é Displasia coxo-femoral?
É uma moléstia caracterizada pela incongruência articular e comprometimento dos tecidos conectivos adjacentes (ligamentos, tendões, etc.)
Os ossos envolvidos na Displasia Coxo Femural são os ossos da cintura pélvica com o fêmur. O acetábulo que é onde a cabeça do fêmur se encaixa torna-se raso ou a cabeça do fêmur torna-se chata causando uma incongruência.
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http://carlalocce.blogspot.com/2007/05/displasia-coxo-femoral.html
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http://www.terra2.com/xoops/modules/smartsection/item.php?itemid=27
Normalmente ela começa a aparecer entre 4-6 meses de idade, com sintomas brandos até paralisia total
Normalmente é analisada em graus que vão de 0 a 4 onde 0 é a ausência, 0 a 1 a suspeita, 1 é a leve, 2 é a média e 3 a 4 é a forma grave da doença.
Geralmente o acometimento é bilateral, mas em 11% dos casos é de forma unilateral afetando apenas um membro do animal.

De onde vem a Displasia?
É uma doença genética, com multifatores. Não é apenas um gene que faz com que o animal herde a doença e sim um conjunto de genes. Por isso, a doença é chamada de poligênica.
Por causa dessa característica, torna-se difícil a seleção para animais saudáveis quanto à displasia. É uma doença de difícil controle genético, ocorrendo vez ou outra filhotes de pais saudáveis com Displasia Coxo-Femural.
Lógico que o que não é nem um pouco aceitável, é uma pessoa cruzar dois cães que são predispostos geneticamente sem fazer nenhuma chapa de raio-x, jogando totalmente no escuro. Se, com todo o cuidado, o cão pode apresentar displasia, imagine não tendo?
Outra coisa a se levar em conta, na hora de comprar um cão predisposto não é olhar apenas a saúde do pai e da mãe. Mesmo que os dois sejam isentos, mas, na família de um dos dois houver casos de Displasia Grave (HD+++) isso pode vim a tornar o seu filhote em um displásico.E ainda te digo mais, mesmo que o pai ou mãe pareça estar saudável, ele pode carregar em seus genes o potencial genético pra transmitir a displasia coxo-femural pros filhos. Difil essa doencinha, nao?
A herdabilidade, ou seja, o “potencial” de herdar a doença, é de médio a alto, sendo portanto importante a retirada do animal da reprodução.
A nutrição também é um fator predisponente uma vez que os animais quando crescem rápido demais devido a uma alimentação com alta energia, altos índices de proteína, cálcio e fósforo induzem a alterações biodinâmicas e consequentemente o aparecimento da DCF(Displasia Coxo Femoral)
Fatores hormonais que envolvem o estrógeno, a relaxina e outros hormônios também podem ser a causa da afecção. A deficiência de vitamina C, é uma das outras influencias no aparecimento da displasia coxo femural.
Por incrível que pareça, um animal que é criado em piso liso também pode ser afetado pela Displasia. Isso ocorre devido à forma com que o animal anda, normalmente escorregando sempre, que leva à frouxidão da articulação coxo femural.
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http://www.pastorescue.com/site/index.php?option=com_content&view=article&id=54&Itemid=76

Quais são as raças mais predispostas?
Generalizando, os cães “pesados”, de porte grande a gigante. Golden Retrievers, Pastor Alemão, Rottweiler, Labrador, Fila Brasileiro, São Bernardo, Setter Inglês.
Mas, pode acontecer com qualquer raça.
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http://www.cachorroverde.com.br/site2009/?cat=207&paged=2

Como eu posso saber que meu cachorro está com Displasia?
Os sintomas em geral são: dificuldade para levantar, correr, pular, dor quando manipulado a articulação, atrofia dos músculos dos membros posteriores do animal, andar incoordenado, etc.
Ao perceber algum dos sintomas, você deverá encaminhar o seu animal ao médico veterinário e relatar os acontecimentos para que ele possa pedir a chapa de raio-x correta e obter o diagnóstico correto para o seu animal.
Porém, se você tem um cão de grande a gigante, mantenha sempre as chapas de raio-x entre os exames rotineiros pois alguns estudos demonstram que 70% dos animais que são afetados, não demonstram sinais.
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E qual é o momento certo de se começar a fazer um controle radiográfico da displasia?
Recomenda-se que a partir dos 12 meses para os cães de médio a grande porte e 18 meses para os de porte gigante. Essa recomendação tem fundamento pela natureza da doença pois as  afecções mais graves ocorrem com o passar do tempo.
Os animais muitas vezes só demonstram evidências radiológicas a partir dos 12 meses, tendo alguns que só demonstram aos 24 meses. Por isso, o critério quanto à seleção na hora de cruzar o seu cãozinho é tão importante. Ele pode ter a carga genética para displasia, ser um displásico mas ainda não ter apresentado os sintomas.

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“ei, tôo fazendo 1 ano, não esquece de me radiografar, tá?”
Tratamento
Não há tratamento, apenas formas paliativas para aliviar a dor do animal. O animal é submetido a antiinflamatórios em caso de dor e suplementos que regenerem o tecido da cartilagem.
A cirurgia também é uma das formas de “tratamento” visando estabilizar a articulação.
Em casos brandos, o peso pode ser um problema, então recomenda-se dieta ao animal para que o peso não seja um impedimento no bem estar do animal.
Pesquisas vem sendo feita em relação à implementação de ouro em acupontos (pontos de acupuntura) para regeneração, mas ainda é controverso não tendo dados suficientemente satisfatórios.
Ainda está se estudando sobre a hipótese do tratamento com células tronco adultas retiradas da medula e implantadas intarticularmente com o objetivo de regenerar os tecidos.
Nos casos mais leves a fisioterapia pode ser uma grande aliada, diminuindo a inflamação e fortalecendo os tecidos, a fim de minimizar as dores.


Uma homenagem a Ilka da Lu que foi descoberta agora como displásica. Vai ficar tudo bem, tá?
OgAAAPkAAAQJismAAy6bl_WjdoznvmOtn_1kQaGxHkQ_1RMx3AAFsPgRTe1Y0U0A6rcPjDHGZjdYMTql5Y7BnoXUjNkAm1T1UKTJXKnAgHs_TDzApyWuXLSEmgOP
Ilka lindona.

E a minha sincera admiração à Asline, criadora de Goldens que vem lutando bravamente contra essa doença em seu plantel e até hoje não tem nenhum displásico.


Referência:
  • SOUSA, Nicole Ruas de; TANNÚS, Lilian; SCOGNAMILLO-SZABÓ, Marcia Valéria Rizzo. Implante de fragmentos de ouro em pontos de acupuntura e pontos gatilho para o tratamento de displasia coxo-femural em cães – Revisão de Literatura, Veterinária e Zootecnia, set. 2010; v. 17, n. 3, p. 335-342.
  • Genética da Displasia Coxo Femural
  • QUEIROZ, R. A. et.al., Efeito das células-tronco autógenas nas doenças articulares degenerativas displásicas. Estudo em cães.  - Em desenvolvimento.
  • AGOSTINHO, I. C. et. al., Displasia óssea- Tratamentos e métodos radiográficos na incidência de displasia coxofemural em cães. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinaria. Ano VIII, n. 15, 2010.

Série: Don’t shoot the dog (parte 12)

 

Comportamentos de longa duração

 

Em adição a variação de tempos de reforço, você também pode estabelecer tempos certos de reforçar, em que o sujeito tem que trabalhar por um certo tempo ou realizar alguns comportamentos até que receba a recompensa.

Por exemplo, se eu fizer um golfinho pular por seis vezes e só reforçar o sexto salto, logo estarei tendo uma seção de 6 saltos seguidos. O problema em fixar horários dos reforços é que quando o animal não é reforçado no início tende a diminuir o esforço.

Para golfinhos, recompensar no primeiro ou segundo pulo e depois no sexto traz melhores respostas.  Para pessoas, associar alguns prêmios ao reforço habitual (por exemplo, um chefe dar algum dinheiro extra por horas de trabalho ou por ficar mais tempo, além do salário) pode ser efetivo de modo que a quantidade e qualidade da produtividade aumentam

Usar reforços variáveis ou com tempos fixos para uma sequencia grande pode ser treinado, por exemplo, um pinto pode apertar um botão uma ou centenas de vezes por um grão de milho.

Em sequências muito longas, chega um ponto que não há reforço. Para o pintinho, esse ponto é metabólico, quando o pintinho gasta muita energia para bicar e não vem tantos grãos de milho quanto ele precisa, o “salário” torna-se muito baixo para o que ele precisa pra se manter.

Outro fenômeno que pode ocorrer quando as sequências são muito longas é um início lento.

Isso às vezes é chamado de “começo atrasado de um comportamento com longa duração” e isso é muito familiar na vida dos humanos. Escrever por exemplo, mesmo que seja apenas um bilhete, é um comportamento de longa duração. Geralmente quando se começa, é mais fácil para terminar, mas só para sentar e começar, nossa senhora! É como aquela prova que você TEM que estudar, você sabe que TEM que estudar e fica adiando, quando começa a estudar, termina rapidamente, porém, pra começar não é tão fácil.

Uma forma de superar o “início demorado” é reforçar logo no ínicio. A autora fala que em algumas vezes ela começa a treinar seus golfinhos e logo no primeiro ou segundo pulo ela já recompensa mesmo a sequência sendo de seis pulos. Isso os influencia a pular mais, e encoraja a ser cada vez melhor nos pulos.

Por exemplo, eu odeio academia, pois além de uma tarefa longa, é uma tarefa que só começo a ver resultados depois de 3 meses. Mas, se a cada no primeiro kg que eu perder, eu comer um subway (dos mais lights mas ao mesmo tempo dos que eu mais amo) eu tenho mais ânimo a perder todos os trocentos kg que eu preciso perder,ainda mais que eu já me prometi, que quando perder os trocentos kg que eu preciso, irei comer um pedaço de torta numa doceria que eu AMO aqui em Salvador.

Então, a recompensa final, é muito melhor, e vale a pena ficar naquela academia olhando pros espelhos e para os movimentos um tanto vexatórios que passamos naquele local.

11 de janeiro de 2011

Série: Don’t Shoot the Dog (parte 11)

 

Exceção na variação dos reforços

 

Uma circunstancia em que não devemos variar os reforços é quando o comportamento está sendo ensinado ou quando o animal está resolvendo um tipo de quebra-cabeças. Em treinos avançados de obediência o animal deve escolher entre diversos objetos um que o proprietário tenha manuseado e deixado o seu cheiro. Isso é necessário para dizer ao cão a cada momento que ele escolheu corretamente, influenciando que ele vá para a próxima fase.  Em testes de discriminação onde o sujeito deverá responder qual som foi mais alto, ele deverá ser recompensado a cada resposta correta para que continue a ser informado qual a questão que está sendo perguntada. Quando jogamos palavra cruzada ou quebra-cabeça somos reforçados a cada acerto pq só podemos acertar de uma forma, apenas uma peça ou uma palavra se encaixam naquela situação. Se pudessemos colocar várias peças diferentes no buraco do quebra cabeça, não teríamos a recompensa correta por ter mais de uma forma de acertar.

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Essa é uma tradução livre, feita por mim, Aline Viena de Souza e não tem a permissão de ser reproduzida parcial ou totalmente sem o meu conhecimento. Porém, linke e indique a vontade.

Testei e aprovei - MyPet

Nessa época do ano muitos de nós somos surpreendidos por um ataque dos seres mais nojentos   carrapatos e das pulgas.
Aqui em casa, não foi diferente. Eu usei um produto nos meus animais (que não vou revelar aqui pois acho anti-ético criticar uma coisa onde há estudos e tudo o mais e não deu certo com os meus animais) e por coincidência ou não, minha casa virou um berçário de carrapatos.
Era carrapato no computador, poltrona e tudo o mais. Usamos o famoso barrage na casa pois sabíamos que os cães estavam protegidos e sabemos também que a maior parte dos carrapatos e pulgas estão no ambiente.
Porém, os bichinhos infernais não paravam de aparecer. Resolvi então “radicalizar” e comprei o MyPet. Ele é um spray e bem carinho por sinal que tem um biquinho que auxilia na hora de direcionar para onde o produto deve ser mandado e lá vamos nós, eu minha mãe e a moça que trabalha aqui, subir em todas as poltronas, janelas, etc. e tal pra passar esse produto.
O Resultado?? Carrapatinhos mortos pelo chão pela manhã.. (bem feito à todos eles, rs).
Então, recomendo profundamente esse produto.
Aqui em Salvador eu comprei em uma Pet Shop normal (ou seja, não fui procurar por mais baratos) por R$45,00.
É caro, mas ó, valeu cada centavo.


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Ps básico: Não me inventem pelo amor de Deus de usar produtos como barrage e similares no banho do animal pois além de poder intoxicar o seu animal, você estará matando apenas os carrapatos que estão nele e não o protegendo de futuros ataques de carrapato. Use sempre produtos que foram feitos especialmente para eles. 

Thunder shirt

.Há um tempo atrás eu já havia lido no livro da Temple Grandin (Bem estar animal) sobre a máquina do abraço e achei interessantíssimo.

Leia aqui mais informações sobre a máquina do abraço feita para cães, ou melhor, a Thunder shirt.

Quando recebi o e-mail informativo fiquei com uma pulga atrás da orelha

“nossa, uma camisa que custa R$109,00?? se for pra ser apertada até eu faço”

Dias depois, a Carina do Comédias da Vida Canina colocou no twitter:

“vou comprar a Thundershirt pros meus cães”

ÓBVIOO que eu fiquei curiosíssima para saber os resultados e ontem eu vi que ela havia postado os resultados aqui.

Para mim foi um baque no estilo: “nossa, funciona mesmo” e eu fui procurar vídeos no youtube que mostrassem resultados sobre ela, e, bem..vejam vocês mesmos pq eu me impressionei e quis comprar logo (ainda nao pedi, mas to pensando sério no caso)

 

Bom, é mais uma opção do mercado para cachorros com problemas de ansiedade e afins.

Ainda acho válido chamar um bom profissional para ajudar, porém, também há opções como essa.

 

E algum de vocês, já usou a Thunder Shirt??

7 de janeiro de 2011

Série: Don’t Shoot the dog (parte 10)

Esquema de reforços
Existe uma concepção equivocada que uma vez que se começa a treinar um cão com reforços positivos, você deverá manter os reforços para o resto da vida do animal, se não, o comportamento ao qual você estava treinado irá desaparecer. Isso é uma inverdade, constantes reforços são necessários apenas no momento do aprendizado. Nós damos que devemos dar, para o novato, montes de reforços.
Para manter um comportamento adquirido, não só não é necessário os reforços constantes como é vital que eles sejam disponibilizados de maneira aleatória e inesperada.
Isso é o que os psicólogos chamam de esquema de reforços variados. Variáveis momentos de reforço são mais eficientes que esperados e constantes.
Por exemplo, se toda vez que um golfinho der qualquer pulo eu der um peixe, logo sua performance irá diminuir e seus pulos serão superficiais. De outro modo, se eu der um peixe no primeiro pulo, depois no terceiro e depois aleatoriamente, o animal irá dar tudo de si para fazer um pulo perfeito e “ganhar na loteria” dos peixes.
O poder de um esqueça de reforços variáveis é o que sustenta todos os jogos de azar. Se você ganhar uma moeda toda vez que apertar a o botão, logo você irá perder o interesse. Mesmo que você esteja ganhando dinheiro, você estará ganhando de uma forma chata (Não vejo como ganhar dinheiro numa máquina de caça-níqueis possa ser chato, porém, Karen Pryor é Karen Pryor né? Risos)
Quanto mais variado for o esqueça de reforços, mais poderoso ele será em manter o comportamento.
Programas de longos reforços, trabalham contra você. Sem reforço, todo comportamento tende a morrer, porém, se você reforçar de tempos em tempos, esporadicamente.
Todos nós conhecemos alguém que fica com aquela pessoa que a maltrata o tempo todo de forma inexplicável.
Pessoas que são maltratadas e continuam com a outra, em algum momento tem um reforço (seja o encantamento pela pessoa, noites amorosas, palavras de carinho) que a faz esquecer de todos os outros momentos e querer, mesmo nos piores momentos, de piores maus tratos, querer continuar com aquela pessoa.
E, ao contrário do que se pensa, quanto mais raros forem esses momentos, mas poderoso será o reforço e o comportamento irá perdurar por mais tempo.
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o fato dele (Fred) quase nunca estar quieto, quando ele está é um reforço gigante para mim, e é quando eu mais “Felicio”.
Esse texto é uma tradução livre, feita por mim Aline Viena de Souza e portanto é proibida a reprodução total ou parcial sem a autorização prévia.Porém, sintam-se a vontade para indicar e comentar.

6 de janeiro de 2011

A polêmica das vacinas

 

Muitos de vocês já devem ter lido vários artigos falando sobre os novos estudos que sugerem que as revacinações anuais são desnecessárias e podem até ser perigosas. Por outro lado, os veterinários explicam que o fato desses estudos serem feitos nos EUA onde a cinomose,por exemplo, já está praticamente erradicada, leva ao erro quando trazemos essa realidade para o Brasil que é um local onde cinomose tem aos montes, parvovirose ídem, o saneamento básico e saúde pública são precários e temos milhares de cães errantes e doentes pelas ruas.

Visto isso, resolvi pesquisar e trazer para vocês um dos resultados da minha pesquisa.

O que muitos não sabem é o porque do animal não poder ser vacinado logo quando nasce. É porque no intervalo de  nove a doze semanas os filhotes ainda podem estar com a imunide adquirida passivamente. O que é isso? É simplesmente a imunidade que eles recebem através do colostro do leite materno logicamente se a mãe teve os devidos cuidados e imunizações. Durante os primeiros dias de vida em que o animal não está com o sistema imune ainda completo, imunoglobulinas são passivamente transmitidas das mães para os filhotes através do colostro materno. Acontece que entre a 6ª e 9ª semana há uma baixa potencial nessa imunidade adquirida passivamente, e é aí que mora o perigo pois  é quando os animais tornam-se susceptíveis à infecções naturais, porém, é também quando os animais são capazes de receber as vacinas e responder adequadamente a elas.

Como não se tem na prática como fazer contagem de anticorpos circulantes no Brasil atualmente, utiliza-se um protocolo em que o filhote deve receber três doses vacinais com intervalo de 3 a 4 semanas cada uma. A primeira vacina recomenda-se ser aplicada entre 6 a 8 semanas de idade.

No estudo, fizeram sorologia nos animais antes e depois das vacinações para obter dados quanto aos anti corpos circulantes. Com com 6 semanas de idade não foi mais encontrado anticorpos contra cinomose, concluindo assim que os animais já estavam susceptíveis à infecção e prontos para a primeira dose da vacinação.

Os pesquisadores perceberam que de 6 a 9 meses depois à última dose do primeiro ciclo vacinal os títulos de anticorpos contra o vírus da cinomose obteram as taxas máximas. Porém, após esse período, os títulos foram caindo até os 12 meses após a terceira dose do primeiro ciclo vacinal, quando houve o primeiro reforço vacinal.

Os pesquisadores perceberam que mesmo os animais respondendo bem à primeira dose vacinal, houve aumento de títulos de anticorpos após a última dose (reforço anual) provando que mesmo os animais já terem tido boa resposta ao primeiro ciclo vacinal há a necessidade do reforço anual. Isso ocorre porque na literatura fala-se que se o animal já apresenta bons níveis de anticorpos, mesmo que seja inserido mais vírus vacinais ou naturais, o animal não apresentará aumento significativo dos anticorpos.

O trabalho sugere também que a resposta aos antígenos depende de fatores genéticos de cada animal, pois, mesmo recebendo todos a mesma dose de vacina, na mesma época, em mesmas condições de saúde e tratamento, alguns apresentaram variações na titulação de anticorpos. (Por exemplo, um animal apresentou titulação 5 após três meses da última dose vacinal do primeiro ciclo vacinal, enquanto os outros tiveram média de 4,19, enquanto também outros animais apresentaram titulos de 4,499 6 meses após a revacinação anual enquanto o resto dos animais apresentaram uma média de 4,880)

Os pesquisadores demonstram como o vírus da cinomose tem uma resposta ao antígeno viral lento e progessivo, estando os níveis significantemente aumentados apenas 6 meses após a última dose vacinal (ou, primeiro reforço anual), quando, na maioria das outras doenças, 30 dias após a vacinação os animais já apresentam bons níveis de anticorpos.

Alguns animais apresentam níveis bons de anticorpos contra cinomose até dois anos depois da aplicação, e outros chegam de 3 a 7 anos de resposta à vacina. Porém, muitos fatores influenciam na qualidade e duração da resposta imune, entre elas, estão:

“(…)amostra viral utilizada, a massa antigênica ou o título vacinal, o grau de atenuação do antígeno viral, a interferência de anticorpos transferidos através do colostro, ou pela utilização de soros hiperimunes que contém anticorpos contra cinomose.Existem também os fatores relacionados ao próprio hospedeir, como a variação individual na capacidade de resposta a uma mesma vacina, o estado nutricional, parasitismo, os estados de imunodeficiência de causa genética ou não, os fatores relacionados às condições ambientais, interferindo na aclimatação do animai em condições externas adversas

O trabalho acaba falando que a necessidade de revacinação anual com base nesse trabalho não é necessária, porém, pondera que o número de animais utilizados foi pequeno e mesmo dentro desse grupo foram encontrados variações bem grandes, sendo portanto, mais recomendado a revacinação anual quando não se há devido controle com todas os fatores influenciantes (como a primeira vacinação exatamente após os níveis de anticorpos passados pelo colostro terem acabado, titulações periódicas de anticorpos, controle sobre a saúde geral do animal e todas as outras variáveis que foram apresentadas acima.

O trabalho, no entanto, conclui que não é necessária a reforço exatamente 1 ano após a última aplicação (ou primeiro reforço anual).

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Uma coisa que eu considero muito importante, é sentar e conversar francamente com o seu veterinária de confiança, mostrar materiais que você está lendo, discutir e chegar a um protocolo que seja o ideal para o SEU animal e para as SUAS condições.

A relação proprietário/veterinário é de extrema importância e traz benefícios para todos os lados principalmente para o alvo de tudo isso: os animais e o seu bem estar.

 

Fonte: BIAZZONO, L., HAGIWARA, M.K., CORRÊA, A. R. Avaliação da resposta imune humoral em cães jovens imunizados contra a cinomose com vacina de vírus atenuado. Baz. J. vet. Res. anim. Sci. São Paulo, v. 38, p. 245-250, 2001

A polêmica das vacinas

 

Muitos de vocês já devem ter lido vários artigos falando sobre os novos estudos que sugerem que as revacinações anuais são desnecessárias e podem até ser perigosas. Por outro lado, os veterinários explicam que o fato desses estudos serem feitos nos EUA onde a cinomose,por exemplo, já está praticamente erradicada, leva ao erro quando trazemos essa realidade para o Brasil que é um local onde cinomose tem aos montes, parvovirose ídem, o saneamento básico e saúde pública são precários e temos milhares de cães errantes e doentes pelas ruas.

Visto isso, resolvi pesquisar e trazer para vocês um dos resultados da minha pesquisa.

O que muitos não sabem é o porque do animal não poder ser vacinado logo quando nasce. É porque no intervalo de  nove a doze semanas os filhotes ainda podem estar com a imunide adquirida passivamente. O que é isso? É simplesmente a imunidade que eles recebem através do colostro do leite materno logicamente se a mãe teve os devidos cuidados e imunizações. Durante os primeiros dias de vida em que o animal não está com o sistema imune ainda completo, imunoglobulinas são passivamente transmitidas das mães para os filhotes através do colostro materno. Acontece que entre a 6ª e 9ª semana há uma baixa potencial nessa imunidade adquirida passivamente, e é aí que mora o perigo pois  é quando os animais tornam-se susceptíveis à infecções naturais, porém, é também quando os animais são capazes de receber as vacinas e responder adequadamente a elas.

Como não se tem na prática como fazer contagem de anticorpos circulantes no Brasil atualmente, utiliza-se um protocolo em que o filhote deve receber três doses vacinais com intervalo de 3 a 4 semanas cada uma. A primeira vacina recomenda-se ser aplicada entre 6 a 8 semanas de idade.

No estudo, fizeram sorologia nos animais antes e depois das vacinações para obter dados quanto aos anti corpos circulantes. Com com 6 semanas de idade não foi mais encontrado anticorpos contra cinomose, concluindo assim que os animais já estavam susceptíveis à infecção e prontos para a primeira dose da vacinação.

Os pesquisadores perceberam que de 6 a 9 meses depois à última dose do primeiro ciclo vacinal os títulos de anticorpos contra o vírus da cinomose obteram as taxas máximas. Porém, após esse período, os títulos foram caindo até os 12 meses após a terceira dose do primeiro ciclo vacinal, quando houve o primeiro reforço vacinal.

Os pesquisadores perceberam que mesmo os animais respondendo bem à primeira dose vacinal, houve aumento de títulos de anticorpos após a última dose (reforço anual) provando que mesmo os animais já terem tido boa resposta ao primeiro ciclo vacinal há a necessidade do reforço anual. Isso ocorre porque na literatura fala-se que se o animal já apresenta bons níveis de anticorpos, mesmo que seja inserido mais vírus vacinais ou naturais, o animal não apresentará aumento significativo dos anticorpos.

O trabalho sugere também que a resposta aos antígenos depende de fatores genéticos de cada animal, pois, mesmo recebendo todos a mesma dose de vacina, na mesma época, em mesmas condições de saúde e tratamento, alguns apresentaram variações na titulação de anticorpos. (Por exemplo, um animal apresentou titulação 5 após três meses da última dose vacinal do primeiro ciclo vacinal, enquanto os outros tiveram média de 4,19, enquanto também outros animais apresentaram titulos de 4,499 6 meses após a revacinação anual enquanto o resto dos animais apresentaram uma média de 4,880)

Os pesquisadores demonstram como o vírus da cinomose tem uma resposta ao antígeno viral lento e progessivo, estando os níveis significantemente aumentados apenas 6 meses após a última dose vacinal (ou, primeiro reforço anual), quando, na maioria das outras doenças, 30 dias após a vacinação os animais já apresentam bons níveis de anticorpos.

Alguns animais apresentam níveis bons de anticorpos contra cinomose até dois anos depois da aplicação, e outros chegam de 3 a 7 anos de resposta à vacina. Porém, muitos fatores influenciam na qualidade e duração da resposta imune, entre elas, estão:

“(…)amostra viral utilizada, a massa antigênica ou o título vacinal, o grau de atenuação do antígeno viral, a interferência de anticorpos transferidos através do colostro, ou pela utilização de soros hiperimunes que contém anticorpos contra cinomose.Existem também os fatores relacionados ao próprio hospedeir, como a variação individual na capacidade de resposta a uma mesma vacina, o estado nutricional, parasitismo, os estados de imunodeficiência de causa genética ou não, os fatores relacionados às condições ambientais, interferindo na aclimatação do animai em condições externas adversas

O trabalho acaba falando que a necessidade de revacinação anual com base nesse trabalho não é necessária, porém, pondera que o número de animais utilizados foi pequeno e mesmo dentro desse grupo foram encontrados variações bem grandes, sendo portanto, mais recomendado a revacinação anual quando não se há devido controle com todas os fatores influenciantes (como a primeira vacinação exatamente após os níveis de anticorpos passados pelo colostro terem acabado, titulações periódicas de anticorpos, controle sobre a saúde geral do animal e todas as outras variáveis que foram apresentadas acima.

O trabalho, no entanto, conclui que não é necessária a reforço exatamente 1 ano após a última aplicação (ou primeiro reforço anual).

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Uma coisa que eu considero muito importante, é sentar e conversar francamente com o seu veterinária de confiança, mostrar materiais que você está lendo, discutir e chegar a um protocolo que seja o ideal para o SEU animal e para as SUAS condições.

A relação proprietário/veterinário é de extrema importância e traz benefícios para todos os lados principalmente para o alvo de tudo isso: os animais e o seu bem estar.

 

Fonte: BIAZZONO, L., HAGIWARA, M.K., CORRÊA, A. R. Avaliação da resposta imune humoral em cães jovens imunizados contra a cinomose com vacina de vírus atenuado. Baz. J. vet. Res. anim. Sci. São Paulo, v. 38, p. 245-250, 2001

5 de janeiro de 2011

Série Don’t Shoot the dog (parte 9)

Sinais aversivos condicionados

Um reforço condicionado positivo diz ao receptor “isso que você está fazendo é muito bom, continue fazendo” e um reforço condicionado negativo diz “isso que você está fazendo é bem ruim e algumas coisas ruins podem acontecer se você continuar fazendo isso.”

Estímulos aversivos condicionados são mais eficazes que ameaças. Alguns animais como os gatos são inexpressivos quanto à reprimendas como gritos e “nãos”.

 

Reprimendas é uma parte importante da existência. Usar os reforços positivos como principal técnica de ensinar o seu animal não quer dizer que você não possa falar uns bons “não” quando necessário. Muitos treinadores se utilizam disso para usar  correções demais nas situações da vida real no animal. Isso leva a dois erros, o primeiro é quando se fala em equivalência de estímulos positivos com os negativos. Isso leva à outros efeitos na aprendizagem como confundir o cão e não obter a resposta esperada; e em segundo, eles usam as reprimendas ou correções sem dar uma aviso ou estabelecer um reforço condicionado negativo.

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O truque de fazer o “NÃO” ter efeito é torná-lo um reforço condicionado negativo. Por exemplo, toda vez que você for usar o enforcador ou qualquer outro mecanismo de punição no cachorro, poderia sempre dizer um “não” antes de puxar a guia e depois pausar e tirar a força do enforcador, dando a oportunidade ao cachorro de fazer a coisa certa. Apertar mais a guia, sem dar uma oportunidade do cachorro ver como poderia se ver livre da pressão, torna o apertão na guia apenas uma punição sem efeitos no futuro. Um terceiro erro é simplesmente trazer o cão para a posição original sem folgar a coleira, e portanto, punindo os dois comportamentos (o de puxar, e o de ficar do lado). As regras tem que ser bem claras. Puxou, o enforcador aperta, folgou e veio pro lado, o enforcador folga.

Deixar de usar condicionadores negativos faz com que o número de aversivos aumente na educação de base. Isso faz com que o processo de aprendizagem torne-se mais lento.

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Treinadores convencionais normalmente demoram mais de obter respostas confiáveis ao treino do que os treinadores que usam reforços não só porque confiam na punição, como também porque usam aversivos para parar o comportamento e não usam reforços para iniciar um outro, além do que, tem de fazer diversas repetições até que o animal finalmente entenda o q ele realmente quer.

Uma nova técnica utilizada é a “isso não será reforçado” que é quando o animal se utiliza de diversos comportamentos para ver qual deles irá fazer com q consiga o que quer. O modo como se fazer isso é criando um sinal para falar “ta errado amigão, você não será recompensado por isso.”

Por exemplo, se seu cão quando você pega a guia começa a pular, latir, rosnar endoidar como o fred se você pôr a coleira e sair, está reforçando esse comportamento. Mas se você simplesmente ignorar esse comportamento e não sair com ele enquanto ele fizer isso, ele vai entender que pular, latir, endoidar, não vai fazer com que ele não saia, ele irá entender. Como fazer isso? Bom, primeiro, você pede pra ele sentar, ele não sentou? Não coloca a coleira. Agora você pediu de novo depois de algum tempo e ele sentou, essa então é a hora de pôr a coleira. Se imediatamente após você fazer isso ele saiu e fez tudo de errado, você calmamente irá tirar a coleira e ir fazer outra coisa. Tentativas repetidas até que o dog percebe “é, assim eu não consigo.” Ficou quieto?? Sai. Não ficou? Você vai fazer com que ele fique quieto tentando de novo e de novo reforçando positivamente (colocando a coleira e andando) ou negativamente (tirando a coleira quando ele não se comportar como o esperado)

Não vale desistir do passeio hein? Treinar, acima de tudo, é ter paciência.

Citação minha que não está no livro

Skinner define punição como a retirada de algo desejável. Portanto, o sinal de “errado” é inevitavelmente uma punição condicionada porque isso significa que o reforço não está disponível. Será que isso também repassa uma informação e torna-se um reforço? O sinal de “errado” tem sido bastante útil. Se o seu cão tem diversas interpretações para diferentes comportamentos você pode usar o sinal de errado como forma de dizer “guarde suas forças, não tem pra onde você ir, tente fazer algo para mudar isso”

Mas isso só funciona se o seu cão já está sendo treinado e quer procurar diversas formas de obter os reforços vindos de você. Muitas pessoas acham essa forma de ensinar complicada exatamente porque o cão é inexperiente e ainda não sabe que pode ter diferentes respostas para diferentes comportamentos. Muitas pessoas usam como o sinal de errado o colar de choque. Mande seu cachorro sentar, ele não sentou, leva choque. Se o sinal foi corretamente passado para o cachorro, ele irá entender que não sentar ou não obedecer é igual leva ele a tomar um choque. Mas, se não estiver bem estabelecido, o cachorro começará a latir, pular e ter diversos outros comportamentos para tentar conseguir o reforço ou se livrar da correção sem ao menos entender que o reforço não virá se ele não fizer o comando exato.

 

Essa é uma tradução livre minha do livro Don’t Shoot the dog de autoria de Karen Pryor que não substitui a leitura do livro onde se encontram diversas outras situações em que a autora exemplifica suas teorias.

Não é permitido a reprodução parcial ou total dessa obra sem a minha permissão prévia. Porém, pode-se linkar e divulgar.

4 de janeiro de 2011

Série: "Don’t Shoot the dog” (parte 8)

Sinal de continuar
O clicker não é apenas um marcador. Pode ser um sinal de que a tarefa está feita, ou de, “continue fazendo que a recompensa virá depois”.
O cuidado para que o clique não seja a única resposta que o animal receberá é muito importante. O Clicker tem que ter um significado para o animal. O animal deve saber que ouvindo aquele barulhinho é sinal que em breve virá o reforço seja em forma de comida, carinho, brinquedo ou qualquer outro reforço que você utilize e que o animal queira. A regra é, um clique, um reforço.
O animal tem que entender que aquilo não é apenas um barulhinho, é um sinal de “vai lá garoto, continua” ou “pronto, você foi perfeito, acabamos por aqui” ou simplesmente “você foi muito bom, mereceu!”. Além disso, temos que ter cuidado para não reforçar o comportamento errado no cão. O Clicker (ou apito) deve ser uma poderosa arma de condicionamento e marcador de comportamento.
 
Esta é uma tradução livre feita por mim Aline Viena. Os textos não estão escritos na íntegra porque a leitura desses textos não substitui a leitura do livro que traz diversas outras informações e pensamentos da autora.
Não é permitido a reprodução total ou parcial dessas traduções sem a minha permissão.

3 de janeiro de 2011

Crate

Dog crates are a good thing. But, as with anything, too much of a good thing can be bad. The question is: how much is too much?
Fonte: Crating Your Dog: Is It Cruel to Confine Dogs?
(Crate de cães é uma boa coisa. Mas, como tudo na vida, coisas muito boas podem ser ruins. A questão é: quanto muito é demais?!)
Assim começa o texto com a referência acima.
Muitas vezes em fóruns da internet quando falamos sobre “o lugarzinho do cachorro” muitas pessoas falam “não gosto de prender meus cães” ou “acho cruel” ou até mesmo “não prendo meus filhos, porque irei prender meus cães?” Mas essas pessoas estão enganadas.
Mas vocês devem estar se perguntando,  finalmente, o que é o crate?? Aqui nesse site há a definição:
“Crate é um canil portável feito normalmente de plástico ou metal”

A questão que muitos não sabem é: os cães gostam e PRECISAM desse “canil portátil” ou mesmo do canil fixo. 
Eles são animais sociáveis, mas gostam de as vezes estar longe de todo mundo, estar só, sem ninguém o amolar. É como um quarto para gente, que quando estamos precisando dormir, e estar um pouco sós, vamos pra ele.
10100182 Bom, você deve se lembrar de algum lugar onde seu cachorro entrava pra dormir quando era pequeno e depois que cresceu ficou preso por não conseguir sair.
Aqui em casa, tinha uma mesinha que era super estreita em baixo e o fred adorava ficar em casa. Um dia ouvimos o choro desesperado dele e saímos correndo, estava lá, o urso amarelo preso por não conseguir sair de baixo da mesinha de tão obeso. Até hoje, (que o crate dele ainda não chegou) ele procura lugares mais apertados possíveis para dormir.
Não vou entrar na questão de quais são os crates disponíveis pois prefiro redirecionar para a seção da Camilli Chamone sobre crates  onde vocês podem ver as mil e uma formas que existem de crate.
O crate tem várias funcionalidades, entre elas, a de treino.
Como?
  • Seu cão tem problema com ansiedade de separação? Você pode treiná-lo para isso com o crate mas óbvio, com muito cuidado e de preferência com a ajuda de um profissional para não agravar o problema.
  • Se você tem mais de um cachorro e tem que fazer um verdadeiro malabarismo na hora da comida para não haver brigas, seus problemas acabaram . Você pode fazer com que seus cães comam dentro do crate evitando assim conflitos por um achar que a comida do outro é mais gostosa
  • Você tem um filhote? Quer ensiná-lo a fazer xixi e coco no lugar certo? Tem alguns treinos com o crate que você pode fazer (mas isso é assunto de outro post)
  • Seu filhote come tudo, rasga tudo inclusive rasgou aquele sapato caríssimo que você comprou porque estava sozinho? Além dos devidos redirecionamentos (como dar um brinquedo para ele morder ao invés do seu sapato caríssimo) se você não for ficar muito tempo fora, pode deixá-lo dentro do crate, evitando também com isso acidentes como ingestão de coisas que podem trazer malefícios ao seu cão.
  • Chegou aquela visita ou aquele serviço (marceneiro, pedreiro, enfermeira) que MORRE de medo de cachorro e você PRECISA que ele entre em sua casa? Prenda seu cão no crate.
Mas cuidado, crate não é prisão nem castigo e você tem a obrigação de deixar isso bem claro para o seu cão. É um lugar prazeroso, onde ele tem sossego, comida e proteção (sim cães se sentem protegidos dentro de seus crates). E não um castigo por estar latindo muito ou qualquer outro comportamento errado. Filhotes não devem ficar muito mais que 3 horas presos e adulto não mais que 8 horas, exceto pela noite quando eles dormem que devem ficar a noite toda presos. Se você fizer isso, irá acabar com o encantamento do crate e torná-lo um lugar onde o cão não gosta por não poder se exercitar, esticar as pernas, dar uns pulos atrás da mosca, etc.
 
Mas, e o tamanho? qual deve ser?  Suficiente para que o cão fique em pé e possa girar em torno de si próprio e deitar confortávelmente. Olhe bem, não precisa ser uma casa gigante pra ele, apenas aquele localzinho recluso, escuro que ele pode dormir, comer e se esconder.
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No próximo post irei falar de formas como adaptar seu cão e fazê-lo ver o crate como uma coisa legal. Sabendo que, eu só tenho cães adultos e uma está AGORA se familiarizando com o crate (uma cocker de 6 anos que nunca aprendeu nenhum truque).