28 de fevereiro de 2011

Prebiotico,um aliado na imunidade e bem estar

 

O que são Prebioticos?

São compostos não digeríveis pelas enzimas do intestino delgado que são fermentados no trato gastro intestinal estimulando a proliferação de bactérias benéficas no cólon, que auxiliam na saúde intestinal do indivíduo. (1,2,4)

Além disso, ela ajuda com que os probioticos (que são assunto para um próximo post) sobrevivam e colonizem mais o trato gastro intestinal dos animais, fazendo assim com que todos os benefícios dos probióticos aumente. (4)

Os oligossacarídeos não digestíveis tem sido utilizados como prebióticos devido a sua maior seletividade fermentativa (1)

Acredita-se que alguns oligossacarídeos tem efeito prebiótico. Os oligossacarídeos mais utilizados com essa função são os glicoligossacarídeos (GOS), lactoligossacarídeos, xiloligossacarídeos (XOS),frutoligossacarídeos (FOS)  e mananoligossacarídeos (MOS). Dentre esses, os que mais vem apresentado resultados bons em cães são o FOS e o MOS.(4)

Fontes naturais desses oligossacarideos não digestíveis são o leite, os vegetais, parede celular de leveduras(1)

Quando adicionados à dieta, a sua especificidade fermentativa estimula a produção de ácidos orgânicos como o láctico e acético. Com isso, o ph intestinal diminui e inibem a proliferação de microorganismos nocivos como Sallmonela spp. Escherichia colli, Clostridium sp. e vários outros. (1)

FOS (frutoligossacarídeos)

Prebioticos-300x198 Ocorrem naturalmente na maioria dos vegetais, grãos e frutas. (4) Dentre esses, vegetais são comuns na beterraba, no alho, na alcachofra, no trigo, no tomate, na chicória e no aspargo. Também estão presentes no açúcar mascavo e no mel. (4)

(Salpicar os vegetais dos peludos saudáveis e no peso ideal que comem alimentação natural caseira com açúcar mascavo é uma boa alternativa, )

Aline Viena de Souza

Eles são altamente fermentáveis por bactérias que habitam o intestino dos cães, porém, a Salmonella sp. e E. coli não conseguem fermentá-la. Sendo assim, os FOS auxiliam na proliferação de microorganismos benéficos em detrimento dos patogênicos como os citados anteriormente. (4)

 

MOS(Mananoligossacarídeos) 

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fonte: http://www.suinos.com.br/fotos_noticias/496f31097c.jpg

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 Sacharomyces cerevisae fonte: http://www.br-business.com.br/port/images/fungos2.jpg

São encontrados nas paredes celulares de leveduras como da Sacharomyces cerevisae (4)

São fermentados moderadamente por Lactobacillus que habitam o cólon do indivíduo e modulam o sistema imunológico e a microbiota intestinal ligando-se aos microorganismos e conservando a integridade das superfícies de absorção do intestino. (4)

Como as bactérias como Salmonella sp. e Escherichia coli agem aderindo-se a mucosa, uma vez que o MOS “se liga antes” não permite assim com que as bactérias adiram à mucosa e consequentemente provoque algum malefício à saúde do indivíduo. (4)

Os MOS são capazes de ativar macrófagos (células de defesa) e provocam a liberação de citoquinas auxiliando na comunicação entre as células de defesa e fortalecendo a “luta contra os invasores maléficos”. (4)

 

Benefícios dos Prebióticos

Eles melhoram o sistema imune, melhora a absorção dos nutrientes e melhora a digestão dos alimentos.(1)

O organismo de humanos e animais quando nascem são estéreis e logo são colonizados por microorganismos nocivos e benéficos. Os benéficos além de ajudar na absorção dos alimentos e na digestão dos mesmos, produzem vitaminas que serão utilizados pelo indivíduo. Por competição, os microorganismos benéficos excluem os nocivos.(1) Bactérias que habitam o trato gastro-intestinal do indivíduo promovem diversos benefícios como a síntese de vitaminas e minerais (bactérias do gênero Bacteroidaceae, Bifidobacterium, Spirillaceae e Escherichia coli.), auxiliar na absorção dos alimentos (Bacteroidaceae, Lactobacillus e Bifidobacterium), prevenção da colonização de microorganismos que causam malefícios ao organismo (Bacteroidaceae, Peptostreptococus, Eubacterium, Lactobacillus, Bifidobacterium e Spirillacea) e limitam a ação dos microorganismos maléficos que conseguem por acaso “entrar” no organismo (todas citadas anteriormente). (4)

Como é que ela influencia na imunidade?

As bactérias que crescem através do estímulo dos probióticos produzem ácido láctico, que produzem substâncias como os lipopolissacarídeos, peptideoglicanas, e ácidos lipoprotéicos que são importantes aliados na estimulação do sistema imune. Essas substâncias produzem citoquinas (células responsáveis pela comunicação das células imunitárias (3)) e ajudam na fagocitose de células macrofágicas e induzem na síntese de grandes quantidades de imunoglobulinas, principalmente, as de tipo IgA.(1,3,4)

 

Quem deve receber?

TODOS. Mas principalmente os filhotes, animais em estresse fisiológico, gestantes, animais em tratamento com antibióticos (nesses o melhor a ser utilizado é uma fonte simbiótica de probioticos com prebioticos). (1,4)

Onde encontrar?

Além das fontes naturais já citadas anteriormente, você pode encontrar em bebidas lácteas como iogurtes naturais.

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Produtos pet da linha organnact também possuem em toda sua linha Sacharomyces cerevisae. Agora, eles lançaram uma linha de suplementos em forma de palito. Esses palitos além de serem totalmente de fibra vegetal (proteína texturizada de soja) ainda possuem a combinação de pre e probióticos, dando saúde ao mesmo tempo que diverte os cães.

GUIA-PET-Familia_Palitos_Organnact-_voce_da_carinho,_ele_ganha_saude_-096cdfcdd9

 

Referências

1.SILVA, Leilla Picolli da, NÖRNBERG, José de Laerte. Prebióticos na alimentação de não ruminantes. Ciência Rural, v.33, n5, Santa Maria, 2003.

2.SAAD, Susana Marta Isay. Probióticos e Prebióticos: o estado da arte. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v.42, n.1, 2006.

3.http://www.myeloma-euronet.org/pt/multiple-myeloma/glossary.php

4. FÉLIX, Ananda Portella. Avaliação de aditivos sobre as características das fezes de cães. Dissertação de Mestrado. 68f, Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2009.

26 de fevereiro de 2011

Pânico: sons, fogos e tempestades


Oi gente!!!


Uma das coisas que mais pessoas vêm me perguntar é sobre cães que tem verdadeiro pânico de sons, fogos, trovões e tempestades. E como, infelizmente, eu tenho experiêncianessa área com muitos dos meus cães, tenho boas e simples dicas que tem ajudado alguns amigos meus e espero que ajudem vocês!!!


Existe muito material na net sobre isso. Diversos protocolos complicadíssimos que exigem um bando de coisas que nem todo mundo tem ou tem a possibilidade de conseguir. As dicas vão desde treinamentos semi-profissionais com clicker (que são excelentes mas nada fáceis de aprender) até o uso de medicamentos e drogas que fazem mais mal ao cão que o próprio stress!!! Sempre passando, claro, pela história do "alfa dominante", que nesses casos não só não ajuda como já vi e ouvi muito marmanjo tomando mordida por conta disso.


E nesse sentido não tem como não lembrar da história do Marley, que no livro é possível imaginar todo o desespero do cão e dos donos, mas no filme não ficou tão bem retratado. Para quem leu o livro notou que eles tentaram de tudo: treinamento, isolamento, afagos, dominação, brinquedos.......... tudo! Até que resolveram drogar o cão com calmantes sempre que uma tempestade se aproximasse.


Pessoalmente, não poderia ficar mais revoltada com essa opção! Não que eu seja contra tratar cães com medicamentos, existem desvios que só podem ser tratados assim! Mas nesse caso, eu encontrei outras soluções que considero preferíveis para os meus cães. Até porque, no caso do Marley, como se trata de uma história real, tudo que podia dar errado.... deu!


Eles se tornaram escravos do clima, qualquer tempestade que se aproximasse tinham que dar remédio para o cão; o cão ficou cada vez mais ansioso, mesmo sem ser em hora de tempestade; o cão ficou dependente do remédio e não tinha condições nenhuma de enfrentar uma tempestade sem ele; o dia que eles viajaram ou que não estavam em casa e choveu, o cão destruiu tudo e se machucou bastante!!!


Ou seja... pra mim, não foi uma solução, só aumentou o problema! Para não falar o mal que o excesso de medicamentos pode causar!!!



Então vou ensinar vocês algumas coisas que meus cães me ensinaram sobre o que fazer e o que não fazer quando eles estão com medo de coisas que não podemos controlar:


O que você NUNCA deve fazer:


- Não brigue, puxe, tracione com a guia, espante ou obstrua a passagem de um cão em pânico. Além de piorar a situação, você pode tomar uma mordida, por mais que seu cão goste de você, ele está fora de si. De preferência nem encoste nele.


- Não afague, coloque no colo ou fique grudado nele. Isso pode gerar uma dependência e, quando você não tiver lá e ele não terá solução.


- Não demonstre ansiedade, preocupação ou nervosismo. Andar para um lado e para o outro, toda hora ir lá olhar para ele, falar alto, falar fino, gritar, ficar com "dozinho" fazendo carinho toda hora.



O que eu recomendo que funcionou muito bem para mim:


Arrume uma casinha de cachorro, caixa ou algum canto da casa que seja só dele. Tem que ser fechado, com uma entrada só e um lugar isolado, que não seja caminho de ninguém e fique o mais tranquilo possível, longe de muito barulho da rua e gente estranha. Se for o canil dele, tanto melhor!


Durante os dias normais, ensine a ele que esse é o lugar mais legal do mundo. Dê comida, petiscos, encoraje ele a entrar e a dormir lá. Dê muita atenção a ele lá dentro, muito carinho mesmo. Até que esse seja "o lugar dele", que ele escolha ficar, que tenha paz.


Quando a tempestade ou os fogos começarem, leve ele, chamando, oferecendo petiscos e mostrando animação até a casinha. Deixe que entre, faça um carinho, elogie e se afaste. Mas fique um pouco por perto. Se ele sair, convide a voltar, mas sem encostar ou falar fino ou alto. Se ele ficar lá, vá se afastando aos poucos até poder deixar ele lá.




Os efeitos são melhores se a toquinha ficar perto de onde ele possa ouvir a voz dos donos conversando. A minha cadela tem 2 toquinhas: uma ao lado da sala e outra ao lado da cozinha. Ela, que entrava em panico, corria, se debatia e se machucava todo o ano novo, agora dorme feliz dentro da casinha ouvindo a gente conversar até os fogos acabarem!!!



Por que isso vai funcionar?


É natural sentir medo, epecialmente do que não conhecemos. Animais selvagens são bem "medrosos", e é isso que os mantém vivos: qualquer sinal de perigo se escondem! Com a domesticação tendemos a selecionar cães que não demonstrem tanto medo, ou até que ignorem estrondos. Só que alguns cães nascem como seus ancestrais e são sensíveis a esses sons. Outros ainda tem algum tipo de trauma, mas de um jeito ou de outro, a solução é a mesma!


Ter medo é natural, mas não é ele que causa o stress! O que causa o stress e libera todas as substâncias que fazem mal ao corpo é a falta de solução e o tempo que dura o problema. Se um cão souber que tem um lugar só dele, seguro, uma toquinha em que nada poderá acontecer com ele, não passará mais stress da mesma maneira! Estará protegido como seus ancestrais que faziam suas tocas para se proteger, ou um filhote que vai para perto da mãe.


O medo continua??? Claro! Mas você não terá um cão com um ataque de pânico se machucando e nervoso. Ele vai ouvir os barulhos ou sentir a chuva e vai, sem dificuldade, achar sua toquinha, deitar, esperar passar. Com o tempo será como a minha: mesmo sem remédio vai dormir até o ano novo chegar e ninguém mais soltar fogos! hehehehe


Sem remédios, sem forçar, sem mordidas, sem noites mal dormidas, sem depedência e sem mimimi!!!

24 de fevereiro de 2011

O Mundo Pet dá a volta: Febre Maculosa em cães

 

Essa é a nova seção do blog. Significa que o nosso mundinho voltará a uma postagem para responder quando pertinente algum comentário com dúvida deixado por vocês.

Hoje para começar, vou responder a pergunta do fofo Ed Wood sobre o post Erlichiose ou Doença do Carrapato.

Quem tiver mais dúvidas sobre o conteúdo das postagens, deixem nos comentários as dúvidas ou mandem e-mails para alinevienamev@gmail.com ou luciana_fiuza@hotmail.com que iremos responder assim que possível.

Ed Wood Pergunta:

Oi, tia Aline. Como cão beagle, sou inteligente e me interessei por esse assunto. Aqui no sítio tem muito carrapato e eu sofro com eles. Mãe Nina tem usado uns remédios, uns tais de Program e Revolution, mas continuo pegando carrapato. É que sou muito arteiro e vou nos lugares onde têm as cabras, as vacas, e até onde estão as capivaras. E também costumo passear no sítio vizinho, que tem cavalos. Aí, me ocorreu uma coisa. Aqui na minha região, cidade de Itatiba, próxima a Campinas/SP, andaram ocorrendo alguns casos de febre maculata, transmitida por carrapatos que, aparentemente, seriam vetores dessa doença proveniente de capivaras contaminadas. Nós, cães, também poderíamos estar sujeitos a ela?
Uma lambida bem carinhosa no seu coração.

Resposta da Luciana:

oi ed!

sobre os carrapatos, eu também tenho cães em sítio e faço o seguinte: todo o mês aplico 1 pipeta neles, cada mês uma marca diferente com ativos diferentes. todo mês religiosamente, sempre no mesmo dia. mesmo assim já aconteceu de achar 1 carrapato, então verifico eles todos os dias! a escovação ajuda também...
outra solução são as coleiras que são para carrapatos, pulgas e mosquitos. mas meu veterinário não gosta especialmente porque meus cães vivem dentro d'água.
espero ter ajudado!!

Resposta da Aline

Bom Ed, eu tive que pesquisar pra trazer para você a resposta e acredito que seja útil não só a você e a sua mamis, como a muitos leitores que vivem em regiões como a tua.

Quando fui procurar sobre “febre maculosa” o que eu achei foi:

“A febre maculosa é uma infecção aguda causada por uma bactéria, a Rickettsia rickettsii. O homem é infectado através da picada do carrapato que eventualmente carrega esta bactéria nas suas glândulas salivares.”

ABC da Saúde

Como sou chatinha e gosto de fontes de confiança, peguei essa informação e fui para o Google Acadêmico onde eu consigo achar artigos científicos sobre o assunto que eu queira.

carrapatoFonte: http://www.merial.com.br/donos_caes/produtos/linha_frontline/campanha/images/carrapato.gif 

Histórico:

O primeiro caso conhecido de Febre Maculosa das Montanhas ocorreu em 1896, em Idaho, EUA onde foi chamada de “Doença Febril Endêmica” . Apenas em 1902 descobriu-se a participação do carrapato na transmissão da doença e em 1916 a bactéria causadora foi nomeada como Rickettsia. No Brasil, ela foi “descoberta” na década de 30 tendo vários casos de óbito devido à doença, onde até hoje assola alguns estados como São Paulo e Minas Gerais, estes tendo a maior incidência da doença diagnosticada.

Agente etiológico(causador):

A Rickettsia rickettsii é uma bactéria causadora da Febre Maculosa das Montanhas Rochosas, que no Brasil, primeiro foi reconhecida como Tifo Exantemático e hoje é chamada de Febre Maculosa Brasileira. A R. rickettsi vive dentro (mais precisamente nas glândulas salivares e ovários(4)) dos carrapatos, sendo estes, seus hospedeiros naturais, reservatórios e vetores(ou seja, quem as transmite a outros indivíduos).

visuel-Rickettsia-rickettsii-cc3

Fonte: http://www.vulgaris-medical.com/upload/visuel-Rickettsia-rickettsii-cc3.jpg

Vetor(transmissor):

A espécie mais comum de carrapato a “albergar” a R. rickettsii é o Amblyoma cajannense. Porém, não é a única, tendo também como albergadores da Riquettsia rickettsi espécies de carrapato como A.aureolatum, A. ovale, A. brasiliensis e A. cooperi. Entre esses, o A. aureolatum tem sido amplamente difundido pelo Brasil parasitando diversos animais como cabras, cães, bois, gambás, capivaras, veados e vários canídeos selvagens.

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Amblyoma cajannense

Fonte: http://www.fiocruz.br/ccs/especiais/emergentes/emergentes2_fer.htm

Sintomas:

Nos seres humanos a sintomatologia clínica é de febre, cefaléia e exantemia, calafrios, prostração, mal estar, mialgia, artralgia, erupções cutâneas maculopapulares.

febre maculosa

Fonte: http://www.brasilescola.com/upload/e/febre%20maculosa.jpg

O cão também é susceptível à Febre Maculosa tendo a mesma sintomatologia clínica que os humanos, porém, na maioria dos casos, o animal portador não demonstra clinicamente afecções sendo classificado então como uma doença subclínica na maioria dos cães .

A sintomatologia em cães que é o importante para esse espaço começa a aparecer 2-3 dias depois da infecção e o primeiro sinal é de febre. De 4-5 dias depois começam a aparecer lesões cutâneas em forma de vesícula, petéquias, ou ecmoses hemorrágicas que são seguidas por depressão, anorexia, descarga nasal, ocular, tumefação escleral, tosse, dispnéia e aumento de sons bronco vesiculares(3). Nos exames complementares podes ser encontrados Anemia e leucocitose(aumento dos leucócitos-células de defesa). O endotélio vesicular também apresenta-se com injúrias e a permeabilidade vascular fica comprometida por isso.

Epidemiologia:

Essa doença normalmente ocorre mais em zonas rurais e está relacionada com o aumento da quantidade de parasitas transmissores na região, porém em uma pesquisa feita em Porto Alegre (2) mostrou que cães vadios apresentavam-se infestados basicamente por carrapatos da espécie Rhipicephalus sanguineus e pelo Amblyoma aureolatum mostrando assim que pode sim, haver em áreas urbanas casos de Febre Maculosa na área urbana.

Nesse estudo, o que eu achei impressionante foi que em 236 cães, eles encontraram nada mais, nada menos que 5294 carrapatos sendo que 93,22% dos animais estavam infestados com o R. sanguineus, 2,97% com A. aureolatum e 3,81% estavam infestados por ambas espécies.

Só pra ser chata lembrar mais uma vez, você que cruza seu cãozinho lindo, com a cadelinha linda da vizinha e essa vizinha larga todos na rua, ou dá pra uma prima do cunhado do sogro da irmã que joga na rua, lembre-se da sua participação culpa pela disseminação de carrapatos na rua e seus “brindes”. Não se esqueça também que vocês estão pondo em risco não só a saúde do seu machinho das bolinhas balançantes, como do seu filho, sua esposa, sobrinho, tia, avó e até a sua. Abandonar cães é crime e questão de saúde pública.

PINTER et al. detectaram 16 cães(de 25 estudados) capturados da cidade de São Paulo que obtiveram uma titulação alta pelo teste de imunofluorescência indireta(IFI) para Rickettsia spp e concluíram que cães são importantes sentinelas da Febre Maculosa em locais onde exista alta incidência de Amblyoma aureolatum.

 

Diagnóstico:

Apesar da importância que sempre ressaltamos aqui no blog de exames laboratoriais complementares, a Febre Maculosa é uma doença que em áreas endêmicas a sintomatologia deve ser razão suficiente para o começo imediato do tratamento. Isso porque sua alta letalidade não aguarda o prazo dado pelos laboratórios.

Porém, durante o tratamento deve-se fazer o tratamento a fim de saber se é mesmo a Febre Maculosa. Esses exames são: hemograma, biópsia de pele, isolamento em carrapatos retirados do paciente, PCR,

Tratamento:

O tratamento deve ser o mais rápido possível, tendo prognóstico bom antes do 5º dia e ruim depois do mesmo prazo. O indivíduo é submetido a antibioticoterapia que deve durar o tempo necessário para que o mesmo se recupere e esteja estável.  

 

Espero ter ajudado.

Beijinhos.

 

 

Referências.

1. RIBEIRO, Vera Lúcia Sardá, et.al., Espécies e Prevalência das Infestações por Carrapatos em cães de rua da cidade de Porto Alegre, RS, BR. Ciência Rural, v.27, n. 2. Santa Maria, 1997.

2.MELLES, Heloisa Helana B., COLOMBO, Silvia, SILVA, Marcos Vinícius. Febre Maculosa: Isolamento de Rickettsia em amostra de biópsia de Pele. Rev. Inst. Med. Trop., v. 34, n.1, p. 37-41, 1992.

3. PINTER, Adriano et al., Sorologia para Rickettsia spp. em cães e humanos de uma área endêmica para febre maculosa brasileira no Estado de São Paulo, Brasil. Caderno Saúde Pública. v.24. n.2. p. 247-252, 2008.

18 de fevereiro de 2011

Erliquiose ou doença do carrapato

 

 

 erlichiose

http://www.mariafillo.org/bau_da_fillopag06a.htm

Muitos de nós tememos ou já tivemos que passar pelo tratamento de um animal com Erlichiose, ou melhor, Doença do Carrapato. Eu mesma sou uma que estou lutando contra essa maldita.

Essa é uma doença bastante “comum” principalmente nas regiões tropicais e subtropicais como aqui no Brasil .¹ É bem verdade também que está bastante banalizada e falsamente diagnosticada por profissionais que por preguiça, ou qualquer outro motivo que não me vem na mente, diagnosticam um animal sem provas suficientes como portador da Erlichiose.

Porém o que muitos veterinários parecem não saber é que a Erliquiose pode ser ter semelhanças clínicas com outras doenças como Trombocitopenia auto-imune, lupus eritrematoso, leucemia, Coagulação intra-vascular disseminada, neoplasia esplênica, e esplenite sendo assim de suma importância exames complementares para o devido diagnóstico de erlichia.

Como é que meu animal pega a Doença do Carrapato?

Um carrapato contaminado normalmente da espécie Rhipicephalus sanguineus com a Erlichia canis transmite ao seu animal a Erlichia ao sugar o sangue dele. Sua saliva torna-se potencialmente transmissora da erlichia que ele alberga.(3)

O Carrapato responsável pela erliquiose canina (Rhipicephalus sanguineus) gosta de se esconder em tocas, ninhos e até em esconderijos em canis.Ele habita ambientes urbanos. (6)

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http://www.icb.usp.br/~marcelcp/Rhipicephalus.htm

Mas, e a erlichia? O que é? Ela é uma bactéria intracular obrigatória (ou seja, só sobrevive dentro de células) que prefere as células eucarióticas como os leucócitos, plaquetas, neutrófilos e monócitos .(1,2,3,4)

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Erlichia dentro de linfócitos

http://patclinveterinaria.blogspot.com/2010/09/ehrlichiose-canina.html

O animal também pode ser parasitado pela erlichia ainda dentro da barriga de sua mãe. Se essa por sua vez estiver infectada, junto com as inúmeras trocas que ocorrem entre mãe-filho pela placenta e vasos endoteliais, a erlichia irá também ser transmitida aos descendentes². Além dos filhotes poderem “pegar” a “doença do carrapato através da mãe”, eles podem não ter essa “sorte” e morrerem precocemente ou nascerem malformados.(2)

Isso acontece porque como a hemoglobina é a célula responsável pelo transporte de oxigênio, e a erlichia age causando hemólise (ou seja, quebrada da hemoglobina) o corpo da cadela fica mal oxigenado e consequentemente seus filhotes também. Tudo isso é importante para se mostrar a importância de todo um acompanhamento antes, durante e após a gestação. (Posse responsável em primeiro lugar sempre)(2)

A erlichia não afeta apenas os cães,eles  podem ser importantes fatores de zoonose transmitido também para os humanos. Na América do Norte, ainda se tem a erliquiose humana que é transmitida pela Erlichia chaffensis. No Brasil as doenças transmitidas por carrapatos a humanos não tem significância suficiente na Saúde Pública humana.( 4)

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http://dogsfofuxos.blogspot.com/2009/11/cuidados-com-o-seu-cachorro-carrapatos.html

Os animais silvestres, gatos, cavalos e bois também podem ser afetados por essa doença.

Sintomas:

O animal pode apresentar  três formas da doença: a aguda, a subclínica e a crônica.

A aguda caracteriza-se por anemia, febre, emagrecimento, depressão, anorexia.¹ É a fase que a erlichia ainda pode ser diagnosticada através de esfragaços sanguíneos retirando gotas de sangue da orelha do cão.

Normalmente esses  sintomas começam a aparecer 10 a 14 dias depois da infecção.

A diminuição das plaquetas é um achado em 100% dos animais infectados² devido à característica da erlichia em causar destruição das células sanguíneas (hemólise). Com isso podem acontecer pequenas hemorragias pelo corpo. Alguns animais apresentam petéquias pelo corpo e sangramento nas mucosas. (5)

Porém, os sintomas não são apenas febre, devido à sua ação a erlichia também pode afetar os olhos dos cães causando opacidade da córnea e uveíte.(5)

Da fase aguda, o animal pode-se curar totalmente ou evoluir para a frase crônica.

A fase subclínica é caracterizada pela falta de sintomas clínicos¹; Os animais da fase subclínica (ou assintomático) podem se curar sozinhos da doença  ou passar pra fase crônica. Essa fase subclínica pode durar até de meses até 4 a 5 anos².

Na fase subclínica, o animal pode apresentar elevados títulos de anticorpos contra a erlichia, mas mesmo assim ser assintomático.³ É o que está acontecendo com o meu Pepe. Nenhum sinal e as plaquetas um pouco abaixadas, mas a titulação dele está altíssima.

Além dessas duas fases, o animal também pode ter a fase crônica que advém da fase aguda² e  aparece normalmente 1 a 4 meses após a picada do carrapato sendo caracterizada por aumento de baço, perda de peso, sinais neurológicos, diminuição das plaquetas e leucócitos.¹ A fase crônica é a última das etapas da erlichiose podendo ser tão severa que leva o animal a óbito.

Nessa fase, as plaquetas estão bem abaixo do normal, os animais apresentam-se caquéticos, apáticos e com susceptibilidade a infecções secundárias por sua imunidade estar muito baixa². e normalmente é necessário entrar com transplante sanguíneo para o animal conseguir ter forças para lutar contra o agente. Os animais podem também apresentar devido à baixa muito grande das plaquetas sangramentos na pele, olhos, nariz e mucosas. Além de diarréias sanguinolentas que são chamadas de melena.

No leucograma(avaliação laboratorial das células de defesa) também pode ser notado uma baixa dos leucócitos.¹

Além desses sintomas, o animal também pode apresentar aumento do fígado(hepatomegalia), aumento do baço (esplenomegalia), linfadenomegalia, distúrbios cardíacos e respiratórios, nervosos e oftalmológicos. ²

Diagnóstico:

O diagnóstico é feito através de avaliação clínica do animal e da avaliação do hemograma e leucograma do mesmo.

Se o animal estiver na fase aguda, pode-se fazer um esfregaço sanguíneo retirando uma gota de sangue da orelha do animal onde irão se encontrar mórulas de erlichia na pesquisa pelo microscópio(5).

A detecção dos anticorpos para Erlichia Canis através da técnica de imunofluorescência indireta de anticorpos também um dos aliados na hora de diagnosticar seu animalzinho.

O método de ELISA normalmente é utilizado em animais na fase subclínica e crônica devido à pouca “quantidade” de mórulas de Erlichia no sangue.

Além dessas técnicas, ainda temos o PCR que é a detecção do DNA da erlichia no animal. A técnica de PCR é bastante específica e é encontrada nos animais desde os primeiros dias de infecção, desde que seja feita de uma forma correta. (5)

 

Tratamento

O animal é tratado com um antibiótico que tem duração no animal de 10 a 12 horas sendo portanto necessária a administração duas vezes por dia (12 em 12 horas) e o demais tratamento deverá ser de suporte, para anemia, hemorragias, desidratação, etc.

O tratamento dura de 21 a 28 dias initerruptos.

 

Prevenção

A melhor forma de prevenir é evitar que seu cão seja picado pelo carrapato. Infelizmente, a maioria dos produtos anti-carrapaticidas do mercado tem a necessidade de que o animal seja picado. Surgiu agora um prac-tic da novartis que promete matar o carrapato por contato na maioria das vezes, e a meu ver, é um aliado contra a Erliquiose.

Packshot-final-ALTA

http://guiauniversopet.com.br/2011/02/08/novartis-saude-animal-lanca-novo-medicamento-contra-pulgas-e-carrapatos/

Além disso, o tratamento do ambiente é muito importante. Eu particularmente sou fã do MyPet pois foi o único que deu jeito na última infestação que tive aqui em casa.

 

 

 

Referências

1. DIAS, Gabriela Cristina Gibrin, TIEPO, Juliana Franzé. Erlichiose Canina. Universidade Castelo Branco. São José do Rio Preto, novembro,2008.

2. MELO, Renata Gabriela Ambrosina Silva de Melo, et.al., Erlichiose como um fator agravante  da gestação.

3.MENESES, Íris Daniela Santos de, et.al. Perfil clínico Laboratorial da erlichiose monocítica canina em cães de Salvador e região metropolitana, Bahia. Revista Brasileira Saúde Prod. Animal, v.9, n.4, p. 770-776, out/dez 2008.

4. PACHECO, Richard Campos. Zoonoses transmitidas por carrapatos. setembro,2008. Guarapiri, ES.

5. SOUSA, Valéria Regina Franco, et. al. Avaliação clínico molecular de cães com erlichiose. Ciência Rural, Santa Maria, v.40, n. 6, p. 1309-1313, jun 2010.

15 de fevereiro de 2011

Por que eu não uso as técnicas de César Millan?

Depois do último post alguns de vocês na melhor das intenções me indicou o César Millan como leitura, e eu respondo aqui que eu já li os dois livros dele e assisto alguns episódios.

Eu não gosto dele, acho as técnicas dele abusivas e perdi a confiança do meu cão mais velho por causa das técnicas. O Fred é um cão que não aceita nenhum tipo de aversivo que ele endoida. Ele é medroso e um cão medroso não deve ser educado a base de aversivos.

Aliás, eu já tentei as técnicas dele, e já tentei técnicas de um adestrador que teve aqui e tem a filosofia de educação igual ao do César. O resultado? Um cão irritado, nervoso e um acidente: parti a língua dele com um dos toques.

Depois daquele dia decidi definitivamente que não usarei mais nenhum tipo de aversivos no meu cão e que o adestrador não seria mais bem vindo aqui em casa.
Hoje saí com ele de qualquer jeito porque realmente eu precisava andar pra pensar sobre algumas coisas que estão acontecendo na minha vida e na dele por consequência.

Então, para terminar esse post e demonstrar com muito mais propriedade de escrita e explicação que eu, eu deixo um texto da Claudia Estanislau do blog Cãosciência (que por sinal é ótimo e cheio de informações).

Aqui a Cláudia faz uma explicação analisando a linguagem corporal do animal sobre o primeiro episódio do “Encantador de cães”. Aproveito e aconselho vocês lerem esse artigo que ela explica o porque não gosta e eu não preciso nem um pouco dizer o quanto corroboro com a sua opinião né??

Aliás, o blog é recheado minha gente, esse vídeo aqui me fez dar muita risada e pensar “porque a dominância não morre?”.

 

Enfim, divirtam-se no blog que é muito bom, e à Claudia o meu muito obrigada pela autorização de linkar aqui os seus textos.

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uma piscadinha do infernal procês.

11 de fevereiro de 2011

Desabafo de uma mãe de cachorro frustrada

 

Leitores, se vocês não tem o mínimo saco para desabafos, por favor, fechem a página e voltem amanhã, porque hoje eu vou fazer um texto, mais para mim e para o meu cão (se ele entendesse) do que para qualquer um. E poodem meter o bedelho a vontade.

Desde que entrei de férias resolvi que iria educar o meu cão mais novo, o Fred.

Falo mais dele aqui do que todos.

Simplesmente porque a minha mãe entrou numa depressão e culpa os cães por tudo e resolveu que não queria mais eles.

Pedi, e decidiram que deixariam e para recompensar esse voto de confiança, decidi que a ajudaria.

Fora dicas e mais dicas da @caonatural @fulviawhipet @blogbigodes e um esforço sobre-humano da minha parte que sou totalmente grossa e aversiva, ainda li muito, comprei um monte de livro, comecei a frequentar blogs de comportamento mais avidamente, perdi a preguiça e mesmo n sabendo direito inglês, fico lendo uma palavra, traduzindo, lendo outra, traduzindo e assim eu vou aprendendo coisas que n temos infelizmente materiais na nossa língua e tentando aplicar à ele.

Eu sou aquele tipo de pessoa que não sabe falar “você está sendo inconveniente” ou “por favor, me deixe quieta” é logo “que Po%$$¨", não enche o saco cara&*#@$$

E ai tive que aprender com meu cão que as pessoas entendem melhor e nos “obedecem” mais quando somos gentis e suaves. Tem sido uma luta. Não posso dizer que ele não melhorou mas a pressão está tão grande em cima de mim, que eu simplesmente pareço que vou estourar. Se alguém me olhar e perguntar “o que está acontecendo?!” eu choro. sério.. choro mesmo. Se alguém por acaso desconfiar da minha fragilidade, eu choro. Se alguém for um pouco mais grossa comigo, eu também choro. E.. quase todo dia quando tento sair com Fred, eu choro.

Choro porque ele não se ajuda, porque ele me faz tremer de nervoso, choro porque a fim de não demonstrar fragilidade e nervoso (e já demonstrando) eu caio quando saio embebida em lágrimas andando rápido pela casa, choro porque dói pra caramba apertar  todos os dedos da mão na porta que eu acabei de empurrar com toda força, ou porque eu puxo o cabelo com um nervoso que vem tufos de fios na minha mão e a dor de cabeça é instantânea.

Muitos já me falaram “por que você não doa ele? Talvez ele fosse mais feliz”

É..talvez ele fosse. Se eu conhecesse alguém que desse algo MELHOR do que eu dou. Porque se for pra ele ter igual ou pior, deixa ele aqui.

Eu até tinha o sítio de meu namorado pra levar ele, mas são tantas coisas que passam na minha cabeça, como:

Quem vai jogar bolinha para ele quando ele tiver nervoso?

Quem vai massagear a barriguinha dele quando ele tiver acabado de vomitar e tiver sentindo dor?

Quem vai fazer carinho, enquanto ele vomita para que ele se sinta melhor?

Quem de manhã vai dar beijo na fuça dele dizendo que ama o filhinho?

Quem vai levar ele no veterinário por um pum mais mau cheiroso que o normal?!

Quem vai segurar ele no colo como um bebe quando ele passar por alguma anestesia?!

Quem vai ficar abraçada com ele chorando dando beijo e pedindo ajuda??

Quem vai limpar a patinha dele quando tiver suja de lama para ele não sujar a caminha e não dormir em lugar sujo?

Quem vai brincar de mangueira com ele para tornar o banho divertido?

Quem vai ensinar ele a balançar a cabeça quando eu digo não e se jogar no chão abraçando e beijando e rindo da nova idiotice que ele aprendeu??

 

Tudo bem, meus sentimentos estão mais em pauta que os dele. Mas sabe, ele não demonstra não gostar de mim. Ele me segue, fica feliz pela minha atenção, faz gracinhas para que eu olhe para ele, está sempre me procurando, quando me morde de nervoso por algum motivo sempre vem depois dar uma lambidinha como se pedisse desculpa, me olha com um olhinho apaixonado e quando sente dor porque bateu a cabeça na porta pela 568797 vez que tentou sair correndo sem olhar pra onde,vem deitar no meu colo pra eu fazer carinho.

Eu nunca pensei que seria fácil com Frederico. Quando eu o vi pela primeira vez ele estava no corredor do hospmev GRITANDO porque tinham colocado ele na coleira, GRITANDO porque as pessoas conversavam e não olhavam para ele, GRITANDO porque o cachorro do outro lado da rua olhou para ele. É, ele tinha apenas 45 dias em média, e já era assim.

Passear com ele era (e ainda é) impossível. Ele pulava o tempo todo mordendo o braço da gente (meu pai já voltou todo sujo de sangue pra casa uma vez por incentivar essa brincadeira e ele sem querer rasgar o braço com os dentinhos finos), quando parava de pular, começava a gritar.

Lembro até hoje ele rosnando e mordendo o Pepe no dia que chegou. Pepe mostrando todos os sinais de apaziguamento, querendo apenas conhecê-lo e ele quase sem dente mordendo Pepe.Na hora que fui colocar a comida e me abaixei para pegar não sei o que perto, o avanço que ele deu em mim porque ninguém podia chegar perto da comida dele que ele rosnava.

É, ele nunca foi fácil. Ele era mais fofo quando era pequeno, isso é verdade. Mas com o tempo tudo foi enchendo o saco, tudo passou a cansar, ele levou umas boas palmadas durante a vida, ele se tornou medroso com pessoas de fora sendo inconveniente e trocou o hábito de pular na gente para pular nos carros e motos e todo ser que anda um pouco mais rápido ou que na sua cabeça neurótica é ameaçador.

E ai falam: mas a culpa é sua.

Sim, eu sei. Não deixa de ser. Meus pais e namorado dizem que ele se estressa muito e não compensa ele passear, mas ao mesmo tempo, sem passear ele se torna entediado, mesmo eu brincando de bolinha com ele todos os dias, latidor mais do que já é, procura motivos para brigar com Pepe, ou seja, fica sim mais estressado.

Mas, como eu posso sair com um cão que não curte nem um pouco o passeio e me faz passar a maior vergonha na rua? Sim, porque por mais que eu me lixe para o que os outros pensam, incomoda os olhares atravessados e saber que eles tem razão. Que meu cão realmente não é educado, que meu cão é inconveniente e que sim… ele pode morder alguém se eu não prestar 100% de atenção.

É tanta coisa que passa pela minha cabeça que não consigo organizar, mas sei uma palavra que define tudo: FRUSTRAÇÃO

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Frederico mordendo sua bolinha

10 de fevereiro de 2011

Resultado do Sorteio da GL

 

Hoje, dia 10 tenho o imenso prazer de revelar a ganhadora do sorteio da Gentle Leader.

E ela é a @_lady_violet .

Luíza, me manda seus dados e endereço pelo e-mail alinevienamev@gmail.com para eu poder enviar seu presente.

9 de fevereiro de 2011

Meu cachorro não gosta de estranhos, e agora?

 

Muitos cães demonstram de forma ou outra o desconforto frente à pessoas estranhas.

Alguns se escondem atrás dos donos, evitam o contato e outros simplesmente “atacam”.

2723586Veja bem, seu cão não é obrigado a ser anfitrião de ninguém e absolutamente não é obrigado a aceitar carinho de quem ele não queira.

Os direitos do cão tem que ser preservados e o seu querer ou não querer também.

Porém, é desconfortável um cão que late o tempo todo quando chega uma visita e fica fazendo menção de morder, assustando a visita por mais que ela ame cães.

Na maioria das vezes, esse comportamento é gerado por medo. Se seu cão late, avança e recua, e se ele arrepia o dorso ele está falando “Não te conheço e me sinto ameaçado por você”

O que seu cão tem que entender é que você não deixará que ninguém lhe faça mal.

Aqui em casa com o Frederico a ThunderShirt me ajudou, e algumas coisas básicas também.

Um amigo chegou -ele é estudante de veterinária também por isso não se deixa ameaçar tão fácil por cães latidores- e ficou conversando comigo sem olhar, fitar, encarar o Frederico. Frederico continuou latindo descontroladamente, eu coloquei a ThunderShirt nele e comecei a jogar pedaços de salsicha próxima aos pés de “Lobo”(meu amigo). Ele pegava, recuava e latia. Pegava, recuava, latia. Pegava, recuava e.. opaa.. não latiu mais.

Ele simplesmente percebeu que não adiantava latir porque Lobo não iria embora, e como o desconforto dele ainda estava presente, ele decidiu apenas se esconder e ficar de longe observando aquele ser estranho conversando com sua mãe humana.

Para mim, foi uma das maiores vitórias que tive, porque de todos os comportamentos de Frederico que me irritam, esse é um dos maiores.

Lembre-se:

1. Avise às visitas para não encará-lo nem tentar acarinhá-lo. Seu cão não quer, ele não é obrigado.

2. Tenha em mãos petiscos

3. Deixe algum lugar no qual ele possa se esconder para se sentir protegido e sossegado. Um crate pode ajudar bastante a sua vida.

4. Respeite seu cão e imponha que suas visitas também o respeitem, afinal de contas, você não permitiria que uma visita desrespeitasse nenhum dos seus familiares e com os seus cães não deve ser diferente.

5. Tenha confiança sobre o comportamento exato do seu cão, dê segurança à sua visita. Se seu cão for de guarda, e o não gostar não for gerado por medo, não faça isso.

6. Sempre prefira a ajuda de um profissional.

8 de fevereiro de 2011

Entrevista com Camilli Chamone

 

Hoje estou tendo o imenso prazer de postar uma entrevista que fiz com a super hiper mega Camilli Chamone graduada em odontologia , pós graduanda em odontopediatria, especialista em Genética e Biologia Molecular(ufa!) e criadora de frenchies que tem o blog Ville Chamonix.

Camilli e Leo

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Então, lá vamos nós.

1. Camilli, nós vemos pelo blog que você tem muito conhecimento sobre a raça, exemplares maravilhosos e isso vem de uma certa experiência e estudos. Há quanto tempo você cria Bulldogues Franceses?

Obrigada pelos gentis elogios, Aline!  Sou criadora de frenchies registrada pela CBKC/FCI desde 2006.

2. Como começou a sua paixão pelos BF's?

Quando tive minha primeira frenchie, que chegou a mim quase que "por acaso". Ela era adorável, engraçada, divertida e inusitada. O maior problema dos frenchies é que a gente não consegue ter um só! Algum tempo depois fiquei com muita vontade de ter outro... então comecei a estudar e me dedicar mais à raça!

3. Para você, qual foi a decisão mais acertada no seu plantel?

Selecionar os futuros proprietários dos filhotes que não ficam comigo e só vendê-los com cláusulas contratuais específicas para castração. 

4.Vemos muitos falando sobre linhagens diferentes, e conformações diferentes nos BF's. Isso é verdade, ou é mito?

É verdade. Há alinhagem européia e a linhagem americana. Mas, não existe nenhuma contra-indicação em fazer o acasalamento entre cães de linhagens distintas, aliás, conheço lindos frenchies resultantes destes acasalamentos.

5.Qual é a que você prefere?

A clássica linhagem européia!

6.Para você, quais são os cuidados indispensáveis à um BF?

O principal cuidado com um frenchie é NUNCA submeter este cão a longos períodos de solidão diários. Alimentação de qualidade é segundo, mas não menos importante, cuidado com um frenchie. Bulldogs franceses possuem o trato gastro-intestinal sensível e uma dieta inadequada reflete rapidamente em seu estado geral de saúde.

7.Você acha recomendável a raça para crianças e idosos?

Depende da criança (risos). Nenhuma raça canina é recomendada para "crionças" que não sabem respeitar os limites de um animal. Mas, considerando uma criança bem educada, acho prudente esperar até que ela seja maiorzinha (6 anos), para que não corra o risco de ser derrubada com as brincadeiras abrutalhadas de um bulldog francês.

Frenchies podem ser companhias maravilhosas para pessoas na terceira idade. Mas, deve-se levar em conta que são cães pesados (10-12 kg). Dependendo da condição física da pessoa, a raça é contra-indicada.

8.Como leitora do seu blog, vejo muitas vezes você falando da importância de não se cruzar BF's naturalmente, nem permitir o parto natural, por que dessa recomendação?

Com relação à monta: Porque bulldogs franceses são cães braquicefálicos, que possuem limitações respiratórias naturais. Considerando que a monta é um esforço e que vivemos em um país tropical, considero a inseminação artificial uma medida de segurança para evitar hipertermia.

Com relação ao parto normal: atonia uterina é comum na raça. Diz-se que os filhotes tem dificuldade de atravessar o canal do parto, uma vez que as dimensões pélvicas da "buldoga" são pequenas em relação ao seu corpo e em relação aos filhotes. O fato é que é enorme o número de complicações durante o trabalho de parto normal. As estatísticas mostram que a cesariana é mais segura, tanto para a mãe, quanto para os filhotes.

9.Quais são as doenças mais frequentes nos BF's e quais normalmente são confundidas com outras pela pura falta de conhecimento dos veterinários e proprietários?

Hipertermia é o principal problema da raça, seguido de lesão medular. Percebo bastante iatrogenia na área veterinária quando o assunto é lesão medular em frenchies. A sensibilidade gastro-intestinal a dieta de baixa qualidade também é raramente diagnosticada.

10. Muitos cães, mesmo tendo pêlos curtinhos, eles soltam bastante pêlo. Esse é o caso dos frenchies?

Sim, frenchies soltam pelo constantemente. Entretanto, 1 ou 2 vezes ao ano, eles soltam pelo escandalosamente! Costuma ocorrer em algum período do começo da primavera até o fim do verão - é a chamada alopécia sazonal. Frenchies que se alimentam de ração soltam mais pelo que os cães alimentados com dieta caseira balanceada.

11.Vejo pelo seu blog a sua paixão pela Alimentação Natural para frenchies, de onde você a conheceu, e quais foram suas primeiras impressões ao ler as primeiras linhas sobre a An?!

Quando a Sylvia Angélico começou a divulgar a dieta com carnes e ossos crus no blog pessoal dela - há quase 3 anos! - tomei conhecimento da dieta. Mas, confesso, fiquei bastante desconfiada... não pela questão dos ossos, não pela questão da carne crua... mas, porque a dieta não possuía nenhuma fonte de carboidrato! Eu só conseguia imaginar o Ciclo de Krebs pedindo ajuda desesperadamente pela falta de glicose proveniente na dieta. Mas, então, comecei a estudar e vi que as coisas não eram bem assim... que cães são fisiologicamente carnívoros. Desde então, a Sylvia é minha "gurua" na dieta dos frenchies. Hoje, já sei que os grãos (carboidrato purooo!) são grandes vilões para os frenchies.

Como o conhecimento é libertador, né? :) 

12.Para os futuros proprietários dos seus frenchies, você faz contrato. O que é que você pede nesse contrato?

O meu contrato é muito extenso, mas algumas questões são inegociáveis e explicam um pouco da filosofia da minha criação: 

1. castrar o filhote até os 8 meses de idade (salvo quando condições de saúde não permitem), ou seja, meus cães de companhia são única e exclusivamente para companhia, NUNCA reprodução;

2. me devolver o cão caso algum dia a pessoa que o comprou sinta-se impossibilitada de cuidar dele, ou seja, não é permitido revendê-lo, doá-lo, emprestá-lo, rifá-lo e outras barbaridades que vemos por aí! 

 13.Para você, qual a importância das exposições cinófilas para os criadores sérios de hoje?

É uma maneira importante de avaliar os outros cães que estão em reprodução no nosso país e, honestamente, não vejo como estar no mundo da criação de cães sem estar no mundo do dogshow

14. Se uma pessoa te falar: "quero começar uma criação de bulldogues franceses, qual a dica que você me dá?" o que você responderia?

Estude sobre a raça, frequente exposições cinófilas, ANTES de ter seu frenchie.  Nunca adquira um cão de alguém que você não confie 100% e que se recusa a compartilhar informações sobre a sua criação.

15. O que para você é inadmissível no comportamento dos criadores de frenchies do Brasil?

1. Venderem filhotes sem selecionar proprietários;

2. Venderem filhotes e não se preocupar em castrá-los;

3. Não se responsabilizarem pelos filhotes que produzem;

4. Não darem a devida importância aos testes de saúde dos cães em um programa reprodutivo. 

16. O que você acha sobre as pessoas que compram um animal por pena numa pet shop? 

Acho que estão alegrando os fabricantes de filhotes e contribuindo com o aumento deste comércio!

17. E para terminar com chave de ouro, diz para gente como é a vida ao lado de um Frenchie?

Aaaaaaaah, frenchies são os seres mais adoráveis deste universo e de todos os universos paralelos a este!!!! Quem tem sabe... frenchies não são cães, frenchies são frenchies!

 

 

Camilli, só tenho a te agradecer profundamente. É uma honra gigante te ter aqui como entrevistada devido à admiração e respeito que tenho por você.

7 de fevereiro de 2011

Internação sem veterinário? Não, não.

 

Seu cãozinho passou por uma cirurgia, está meio dodói e o veterinário lhe indicou uma internação para melhor avaliação? Então, siga.

Mas primeiro olhe: na clínica que você vai internar há veterinários DE PLANTÃO?

Sim, aqueles que dormem na clínica e só saem de lá quando algum outro veterinário chega?

Porque de experiência o burro aprendeu a fugir da onça, mas não como proteger-se contra ela.

Um animal para ficar INTERNADO deve ter o acompanhamento de um MÉDICO VETERINÁRIO registrado no Conselho Regional de Medicina Veterinária.

Até porque, quem te fala que a pessoa tem experiência é ela mesmo. Ainda mais que na maioria dos estados do Brasil não existe certificação para tal.

Ter o número do veterinário responsável, até você tem. Receber instruções, a maioria dos proprietários também podem. Mas na hora de uma emergência não há tempo hábil de um celular pegar sinal, você ligar para uma pessoa no meio da madrugada e ela ser apta a dizer no mesmo tempo que faria qual procedimento utilizar.

 

Portanto, na hora de internar (ou até mesmo hospedar) certifique-se que seu animal não ficará apenas na mão de pessoas experientes, e sim, de pessoas aptas e certificadas para tal.

Isso pode custar a vida ou morte do seu animal.

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Resultado do quiz Bonding With your dog

 

Queridinhos, desculpa a demora em postar o resultado. Eu estava (aliás,ainda estou) sem net, portanto não estava podendo postar. Mas vamos lá aos pareceres da Victoria Schade sobre as respostas do quiz.

 

1.Seu cão olha para você durante o passeio? Ele ocasionalmente olha para você como um aliado quando você está caminhando, ou ele está te puxando o tempo inteiro?

Um cão que olha para você vez ou outra e acompanha o seu ritmo está reconhecendo a sua presença no passeio e não te fazendo de um morto-vivo que o leva na coleira. Se seu cão anda assim, parabéns, você mostra experiência.

A distância entre você e o seu cão durante a caminhada não deve ser baseada somente no tamanho da guia. Não é porque você tem uma guia retrátil de 15m que seu cão tem que andar os 15m na sua frente.

Cães medrosos e reativos pulam em você por vários motivos que não quer dizer nada sobre o vínculo que existe entre vocês.

2.Você tem medo que seu cão saia correndo quando você abre a porta e não volte sob chamado?

Se você não tem certeza que seu cão pode ficar tranquilamente ao seu lado enquanto você abre a porta, é hora de revisar os ensinamentos básicos como o fica. Ensinar o fica, é relativamente fácil, ainda mais quando se usa métodos que lidem com o progresso passo a passo e com recompensas. O cão tem que querer ficar, porque ele sabe que é isso que você quer e é assim que ele ganha algo.

 

3. Você acha que seu cão é “muito teimoso” ou “muito burro” para aprender comportamentos básicos de obediência?

Você provavelmente em algum momento deixou de lhe prover o treinamento consistente, e por isso hoje diz que é difícil treinar seu cão e coisas do tipo.

4. Seu cão procura você quando vocês estão em novos ambientes? (por exemplo, quando você o solta em um parque lotado)

Um cão que tem um bom relacionamento e está devidamente vinculado com seu cão, quer sempre prestar atenção ao seu dono independente de quantos cães existam para ele cheirar, ou quantos cães novos tenham urinado naquele arbusto distante.

5.Você está frequentemente frustrado com seu cão?

A frustração é apenas um passo antes da raiva. Como ter um vínculo forte uma vez que você está numa linha tênue que a qualquer momento irá se tornar em agressão à ele?

 

A autora ao final do quiz diz:

“Se você responder sim a apenas uma questão, não é motivo para se alarmar e achar que o seu relacionamento com seu cão não anda bem. Mas se você respondeu sim à maioria das respostas, é sinal que sua relação com seu cão está bastante sensível.”

Por mais bestas que possam parecer essas simples respostas, lendo o livro percebi que não são tão simples comportamentos assim, e mais, percebi que muitos problemas “irrecuperáveis” são muitas vezes culpa nossa que consciente ou inconscientemente levamos a relação com nossos cães ao fundo do posso. Um relacionamento com pai/mãe/irmão/irmã/namorado/esposo não dá certo se viver de aversivos e correções. Com seu cão, não é nada diferente. Regras tem de ser claras e consistentes, mas o cão não precisa ser um robô nem precisa ser seriamente corrigido toda vez que fizer algo de errado.

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Agora em baixo, vai as minhas respostas para os meus três cães:

 

Catarina

1.Seu cão olha para você durante o passeio? Ele ocasionalmente olha para você como um aliado quando você está caminhando, ou ele está te puxando o tempo inteiro?

Sim, olha. está sempre de olho, mas não deixa de curtir todos os cheiros que lhe possam estar ao alcance.

2.Você tem medo que seu cão saia correndo quando você abre a porta e não volte sob chamado?

Normalmente se eu tiver abrindo o portão para meu namorado ou cunhado, ela sempre sai. De outra forma, como tenho dois portões em casa, não tenho o problema de achar que ela vai fugir. Em muitas situações ela “fugiu” mas voltou imediatamente após o chamado, e ela nunca saiu correndo nem se afastou demais.

 

3. Você acha que seu cão é “muito teimoso” ou “muito burro” para aprender comportamentos básicos de obediência?

Olha,ela tá começando a ser treinada pra comandos básicos agora, aos 6 anos. Está aprendendo ao fica direitinho (logico, quando tem algo na mão. Nunca tive maiores problemas com ela em questão de obediência a não ser com o problema com bombas.

4. Seu cão procura você quando vocês estão em novos ambientes? (por exemplo, quando você o solta em um parque lotado)

Ela se afasta um pouco, mas sempre está me procurando. Não me perde de vista nunca e não aceita ser levada por ninguém. Não é a mais sociável com os cães, apesar de não lhes ser agressiva. Poucas coisas a interessam mais que a mim na rua. rs

5.Você está frequentemente frustrado com seu cão?

A gente só se frustra com um cão quando tenta ensinar algo a ele. Como Catarina nunca precisei de coisas demais, eu nunca me sinto frustrada com ela.

 

Pepe

1.Seu cão olha para você durante o passeio? Ele ocasionalmente olha para você como um aliado quando você está caminhando, ou ele está te puxando o tempo inteiro?

Não olha muito, mas também não me ignora por completo. Não puxa na guia e foi ensinado por técnicas do dog whisper, apesar de ter lhe causado sérios traumas em outros aspectos.

2.Você tem medo que seu cão saia correndo quando você abre a porta e não volte sob chamado?

Eu tenho um pouco de medo sim.

3. Você acha que seu cão é “muito teimoso” ou “muito burro” para aprender comportamentos básicos de obediência?

De forma nenhuma. É o mais inteligente de todos. Não preciso mais que 30 minutos para ensinar um novo comando a ele. Muito inteligente.

4. Seu cão procura você quando vocês estão em novos ambientes? (por exemplo, quando você o solta em um parque lotado)

Eu não solto ele de jeito nenhum porque os “parques” que eu vou são frequentados por crianças malvadas, não é fechado portanto se ele escapar ele vai para a rua e pode ser atropelado, então, realmente não sei. Mas se por acaso em um lugar fechado, eu o soltar e sair do lugar, ele sai correndo atrás de mim me procurando.

5.Você está frequentemente frustrado com seu cão?

Só em questão de saúde mesmo, que ele é doentinho que dói. Mas em questão de comportamento, ele é um anjo embora seja muito latidor. Se eu quero ensinar algo difícil, provavelmente vou para Pepe porque sei que ele que me dará forças para ensinar aos outros pelo entusiasmo que ele tem em aprender novos comportamentos. Dos três, é o que mais ama quando estamos em treino.

 

Frederico

1.Seu cão olha para você durante o passeio? Ele ocasionalmente olha para você como um aliado quando você está caminhando, ou ele está te puxando o tempo inteiro?

Aha, esse daí acho que a maioria já conhece. Ele POUQUÍSSIMAS vezes olha para mim e puxa bastante. Ele na verdade não se foca em absolutamente nada quando está passeando. Parece que nada lhe dá mais entusiasmo do que as coisas que lhe dão medo.

2.Você tem medo que seu cão saia correndo quando você abre a porta e não volte sob chamado?

Nesse aspecto, ele é o mais obediente. É o único que eu treinei o fica e ele realmente fica. A não ser que seja meu pai que esteja entrando que aí ele vem correndo mas não para fugir, e sim para ver meu pai. Quando está com a coleira, as coisas mudam, ele fica completamente louco e a rua se torna algo que ele tem que ir atrás.

3. Você acha que seu cão é “muito teimoso” ou “muito burro” para aprender comportamentos básicos de obediência?

Ele é esperto até demais. Tenta todas as formas mais fáceis de conseguir a recompensa sem ter que fazer o que eu quero. Não é teimoso, ele é “escorregadio” e burro.. ah, isso ele não é MESMO.

5.Você está frequentemente frustrado com seu cão?

Sim. Ele é o único que me frustra. Simplesmente porque os comportamentos ruins dele, só prejudicam a ele mesmo, como no passeio por exemplo.Então fico bem frustrada sim com ele.

2 de fevereiro de 2011

Bonding with your dog

 

Comprei há um tempinho atrás esse livro de autoria da Victoria Schade e  nele tem um quiz para saber como anda a sua relação com o seu cachorro.

No livro ela fala

“it’s time to take a step back and really look at the relationship you have – or don’t have- with your dog”

Ou seja.. “é hora de voltar atrás e olhar realmente o relacionamento que você tem – ou não tem – com o seu cão”

Em outra oportunidade ela diz também:

“The owners thought she had a disobedient dog – a “bad dog – but never looked at the relationship with her dog as a two ways street”

“O dono pensa que tem um cachorro desobediente – ou um mau cachorro – mas nunca olhou a relação com seu cão como uma rua com dois “becos””

E é verdade. Eu por muito tempo falei que o Frederico era insuportável (e ainda digo, tá) que ele não obedecia e tudo, mas eu nunca entendi que fui eu que fiz isso tudo de verdade. Frederico pulava em mim, ao invés de quando ele estivesse no chão eu acarinhar, não, eu simplesmente dava tranco e bronca e continuava andando. Ele passou então a me ignorar nos passeios, e aí que começaram os piores problemas muito mais difíceis de se resolver.

Vou colocar aqui o quiz, para que todos, eu e vocês possamos responder.

Depois que vocês responderem nos coments, eu coloco a resposta da autora ao mesmo quiz, posso contar com vocês?

1. Seu cão olha para você durante o passeio? Ele ocasionalmente olha para você como um aliado quando você está caminhando, ou ele está te puxando o tempo inteiro?

2.Você tem medo que seu cão saia correndo quando você abre a porta e não volte sob chamado?

3. Você acha que seu cão é “muito teimoso” ou “muito burro” para aprender comportamentos básicos de obediência?

4. Seu cão procura você quando vocês estão em novos ambientes? (por exemplo, quando você o solta em um parque lotado)

5.Você está frequentemente frustrado com seu cão?

 

Tô esperando as respostas de vocês, ok?

Encontrei seu cão

Recebi esse texto por e-mail e resolvi compartilhar com vocês. É emocionante.                           

 

ENCONTREI SEU CÃO
              (autor desconhecido) – Radio Globo em 23/07/05
  Hoje encontrei seu cão. Não, ele não foi adotado por ninguém. Aqui por
  perto, a maioria das pessoas já têm vários cães; aqueles que não têm
nenhum, não querem um cão. Acho que você esperava que ele encontrasse um
bom lar quando o abandonou aqui. Mas ele não encontrou. Quando o vi pela
primeira vez, ele estava próximo a minha casa... estava sozinho, com sede,
magro e mancava por causa de um machucado na pata. Eu queria tanto ser você
naquele momento em que parei na frente dele só para ver sua cauda abanando
e seus olhos brilhando ao pular nos seus braços, pois ele sabia que você o
  encontraria, sabia que você não esqueceria dele
. Queria ver o perdão em
  seus olhos pelo sofrimento e pela dor por que ele havia passado em sua
          jornada sem fim, à sua procura...
Mas eu não era você.
E, apesar das minhas tentativas de convencê-lo a se aproximar, seus olhos
viam um estranho. Ele não confiava em mim.  Ele virou as costas e seguiu
seu caminho, pois tinha certeza de que esse caminho o levaria a você. Ele
  não entende que você não está procurando por ele. Ele   sabe apenas que
  precisa te encontrar. Isso é mais importante do que comida, água ou o
                  estranho que pode lhe dar essas coisas.
  Percebi que seria inútil tentar persuadi-lo ou segui-lo. Fui para casa,
enchi um balde d'água e uma vasilha de comida e voltei para o lugar onde o
havia encontrado. Não havia nem sinal dele, mas deixei a água e a comida
  debaixo da árvore onde ele havia buscado abrigo do sol e um pouco de
descanso. Veja bem, ele não é um cão selvagem. Ao domesticá-lo, você tirou
dele o instinto de sobrevivência . Ele só sabe que precisa caminhar o dia
todo. Ele não sabe que o sol e o calor podem custar-lhe a vida. Ele só sabe
                        que precisa encontrar você.
Aguardei na esperança de que voltasse para buscar abrigo sob a árvore, na
esperança de que a água e a comida, que havia trazido,  fizessem com que
  confiasse em mim e eu pudesse levá-lo para casa, cuidar do machucado da
  pata, dar-lhe um canto fresco para se deitar e ajudá-lo a entender que
              agora você não faria mais parte de sua vida.
  Ele não voltou aquela manhã e, quando a noite caiu, a água e a comida
  permaneciam intocadas. Fiquei preocupada. Você deve saber que poucas
pessoas tentariam ajudar seu cão. Algumas o enxotariam, outras chamariam a
  carrocinha, que lhe daria o destino do qual você nem se importou que
                            pudesse acontecer.
Voltei   na manhã seguinte e vi que a água e a comida permaneciam intactas.
  Ah, se você estivesse aqui para chamar seu nome! Sua voz é tão familiar
                                para ele.
Comecei a ir na direção que ele havia tomado ontem, sem muita esperança de
encontrá-lo. Ele estava tão desesperado para te encontrar, que seria capaz
            de caminhar muitos quilômetros sem se dar conta.
  A uma boa distância do local onde eu o havia visto pela primeira vez,
finalmente encontrei seu cão. A sede não o atormentava mais. Sua fome havia
    desaparecido e suas dores haviam passado. O machucado da pata não o
  incomodava mais. Agora seu cão está livre de todo  sofrimento. Seu cão
                                  morreu.
Ajoelhei-me ao lado dele e amaldiçoei você por não estar aqui ontem para
que eu pudesse ver o brilho, por um instante sequer, naqueles olhos vazios.
Rezei pelo seu cão, pedindo que sua jornada o tenha levado àquele lugar no
céu que ele merecia. Se você soubesse por quanta coisa ele passou... E eu
sofro, pois sei que, se ele acordasse agora, e se eu fosse você, seus olhos
brilhariam ao reconhecê-lo, ele abanaria sua cauda, perdoando-o por tê-lo
                                abandonado.

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Esse texto é muito emocionante e é o que eu sinto cada vez que vejo um animal abandonado.

Abandonar animais é crime previsto por lei.

Tenha consciência antes de adquirir um cão, ele vive 15 anos ou mais e precisará de um dono responsável para tal.

1 de fevereiro de 2011

Série: Don’t Shoot the dog (parte 18)

 

3. Durante o processo de moldagem, coloque os níveis de resposta sob variáveis reforços antes de aperfeiçoar o critério

Muitos treinadores iniciantes discordam do uso de treinamento positivo pois acham  que  terão que sempre ter petiscos na mão para captar o bom comportamento. Mas o oposto também é verdade. Formação com reforços, liberam as pessoas de terem que ter uma constante vigilância sobre o animal por causa dos momentos de reforço variáveis.

Um momento variável de reforço significa apenas que as vezes você irá recompensar, e as vezes não. Muitas vezes quando estamos ensinando um comportamento, nós usamos uma constante recompensa para o aluno, e recompensamos todas as vezes que o animal se comporta da maneira que queríamos. Mas, quando estamos apenas em manutenção do comportamento, recompensamos ocasionalmente, usando momentos esporádicos.

Quando treinamos com aversivos – e é como muita gente começa a ensinar seus cães – ensinamos que todo erro terá que ser corrigido toda vez. Quando o comportamento não é corrigido, o animal simplesmente pára com o comportamento. Muitos cães são obedientes quando estão na guia, porém não são confiáveis quando estão sem ou fora de alcance. Quando muitos adolescentes estão com seus amigos, fazem coisas que jamais imaginariam fazer na frente dos seus pais. Isso acontece porque o sujeito sabe que está livre de punições mas também pode ser um efeito colateral de uma educação a base de punições. Desde que a mensagem que os aversivos passam são “Não faça isso” quando o sujeito está fora do ambiente de coação, a mensagem torna-se “Agora você pode fazer”.  Com reforço positivo, por outro lado, não é necessário recompensar o bom comportamento para sempre, e apenas ocasionalmente. Por que?

O coração do processo de modelagem é reforçar alguns comportamentos e outros não, então essa resposta improvisa, pouco a pouco, até que ele consiga alcançar uma nova meta. Todos os comportamentos são variáveis, quando você espera por uma recompensa, o próximo comportamento é um pouco diferente. Assim, o fato de ignorar, traz respostas mais fortes e melhores. Isso muitas vezes é chamado de “diferencial” ou “seletivo” momento de reforçar, você está escolhendo reforçar apenas alguns tipos de resposta: aqueles que atendem por exemplo de ir mais rápido ou mais devagar, ir para direita ou para a esquerda.

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Mas para um aluno inexperiente que até agora está sempre recebendo recompensas, pode ser  um choque deixar de receber. Seu cãozinho senta, você clica e dá o petisco. Então ele senta cada vez mais rápido como se dissesse “Olhe, estou sentando, clique e me dê o petisco” E de repente, algumas vezes que ele senta, ele simplesmente não tem a recompensa. Se o seu cão não está pronto para suportar a ausência de recompensas ocasionalmente, ele pode entrar em desespero ou diminuir o desempenho. Você então deve acostumá-lo à eventuais ausências de recompensas antes de aprimorar o comportamento. Seu sujeito tem que estar apto a tolerar uma falha por si, sem parar o comportamento no entanto. Ou tecnicamente falando, você tem que estabelecer um esquema de intermitentes reforços para só então começar a melhorar o desempenho através de um esquema diferencial.

Em um seminário em 1990 eu rotulei esse tipo de momentos variáveis como “twofers” que é uma gíria que significa dois comportamentos pelo preço de um. Faça o cão fazer duas vezes por um click e um petisco. Ensinar a tolerar algumas ausências de recompensa, faz o comportamento e outros que virão depois, serem mais resistentes à extinção.

Há um outro benefício para esse uso breve de um esquema intermitente durante a fase de aprendizagem. Quando o sujeito está apto a tolerar a ausência de recompensas, e você deixar algum comportamento que você queria passar despercebido, seu aluno irá fazer mais vezes “Ei, eu fiz, você não viu? Vou fazer de novo” Isso intensifica o comportamento – chamado de estouro da extinção – permitindo você se mover rapidamente ao seu objetivo final. Um formador qualificado pode sempre omitir recompensas a fim de provocar uma variação ou uma resposta mais vigorosa. O Comportamentalista Gary Wilkes chama isso de “surfar nas rajadas da extinção”.

 

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Uma vez que o sujeito tem conhecimento de que uma ocasional ausência de reforço não significa que o comportamento foi errado, mas simplesmente que pode ser preciso tentar de novo, os fluxos de elaboração de reforço contínuo para reforço diferencial (como selecionar para uma melhor forma,maior duração, maior velocidade, as latências mais curtas, e assim por diante) e depois voltar para o reforço contínuo (sempre que o comportamento é "perfeito" ou, em termos de laboratório, "satisfaz os critérios"). O uso de intermitentes reforços deliberados não será mais necessário porque o aluno já será hábil a suportar variações nos momentos do reforço.

Em última instância, quando o comportamento é satisfatório em todas as repetições, isso torna-se parte de um repertório. O requerimento de um comportamento torna-se parte do pedido de um outro mais complexo e elaborado, com melhor forma,maior rapidez, maior distância e então uma mistura com o todo, e isso tudo torna-se o comportamento que deverá ser recompensado. Isso não o faz voltar aos reforços intermitentes, mas o faz ganhar um ocasional click ou “obrigada” que serve para manter as coisas funcionando como devido. A alta taxa de recompensas positivas, a inundação de clicks e petiscos, podem agora serem usados em um novo comportamento.

 

 

Essa é uma tradução livre, feita por mim Aline Viena de Souza, do livro Don’t Shoot the dog de Karen Pryor e não tem a permissão de ser copiado. Essas traduções também não fazem desnecessária a leitura da obra original uma vez que algumas partes são conscientemente omitidas para preservar a originalidade da obra.